Do jazz ao pós-punk, confira algumas mulheres que movimentaram o universo sônico nesses meses
Por Luiz Athayde
Comentar a importância das mulheres no mapa sônico é algo próximo de pingos de chuva de inverno em uma enchente ocasionada no verão.
Sem mais poesia barata, fizemos uma seleta do que de melhor passou por aqui ao logo desse quase 1 ano de brigada em prol dos bons sons – como já dizia Massari.
Do pós-punk ao jazz, da música étnica à eletrônica. Confira!
Nots: Fantástico trio feminino gerado em Memphis, EUA, em algum momento de 2011. Editaram seu segundo álbum em maio de 2019. Conexões diretas com Belgrado e Joy Division. Resenha neste link.
Pin Ups: Clássica banda alternativa brasileira dos anais dos anos 90. Aqui quem faz as honras é a vocalista/baixista Alê Briganti, na reestreia do grupo após 20 anos de hiato. O álbum Long Time No See veio logo na sequência. Leia mais neste link.
Pixies: Cercado de expectativas, a lendária falange alternativa, cria do selo 4AD havia anunciado o novo álbum Beneath the Eyrie , mais com a voz e as quatro cordas de Paz Lenchantin. Abaixo, o esquenta em vídeo do single “On Graveyard Hill”. Leia mais no link.
Anna Homler: Conhecida por seu alter ego Breadwoman (Mulher Pão), a artista visual norte-americana de Los Angeles foi uma das primeiras a figurar o Você Precisa Ouvir, além nos ter concedido a honra de ser a primeira mídia brasileira a entrevistá-la. Confira neste link.
Shura: Mais uma artista que figurou nossa galera de indicações sonoras. Inglesa de Manchester, Aleksandra Denton lançou um dos álbuns pop mais fantásticos da classe de 2016. Confira neste link.
The Soft Cavalry: Spin-off de Slowdive, este duo é composto pela vocalista/guitarrista Rachel Goswell e seu marido Steve Clarke. Abaixo, o primeiro esquenta do que veio a ser a estreia discográfica, The Line of Best Fit . Leia mais neste link.
Björk: Sem apresentações; é Björk. Apenas. Resenha de aniversário de seu clássico álbum de estreia, Debut, de 1993, com direito a vídeo e várias curiosidades. Confira aqui.
Hatchie: dreampop australiano da escola Cocteau Twins, “Without A Blush” figura a estreia discográfica mais refrescante da classe de 2019. Cortesia da vocalista, guitarrista e líder absoluta Harriette Pilbeam. Leia resenha completa de Keepsake neste link.
Zeresh: A cantora e violonista israelense Tamar Singer é a arquiteta por trás de mais uma estreia sônica de 2019: Farewell. Dark como nunca, a também integrante do Autumn Tears captou todos os seus sentimentos em um disco cheio de nuances misteriosas, sob um pano de fundo essencialmente folk. Resenha completa neste link.
Hiroe Sekine: Jazz! E ainda tem espaço para bossa e música clássica. Em Hiroe’s Spirit, a pianista japonesa radicada nos Estados Unidos usou suas antigas influências justamente para atualizar o mapa deste gênero que ainda sofre com os arquiduques do tradicionalismo. Resenha completa aqui.
The Darts: Garageiras chanceladas pelo selo do ex-Dead Kennedys Jello Biafra, Alternative Tentacles. “Breakup Makeup” figura uma das faixas do que veio a ser o álbum Like You but Not Like That. Leia mais aqui.
Elza Soares: brasileiríssima, a cantora carioca da classe de 1930 fechou parceria com o Baiana System e soltou o primeiro aperitivo de seu aclamado álbum Planeta Fome. Mais Elza aqui.
Kim Gordon: Primeiro voo solo oficial de uma das mentes criativas do Sonic Youth. “Sketch Artist” é apenas uma de suas facetas. Leia resenha completa neste link.
Junksista: Duo electro punk alemão com voz comandada por Diana Noir (Diana Stöferle). O vídeo do single “Love Makes People Stupid” promove o álbum Promiscuous Tendencies, lançado em 2018 via carimbo Alfa Matrix. Leia mais neste link.
Bestial Mouths: Darkwave ianque liderado pela vocalista Lynette Cerez, e uma das merecidas apostas da Cleopatra Records. “Inshroudss” figura EP homônimo lançado em outubro passado. Leia mais aqui.
Dead Can Dance: O que seria do grupo – hoje reduzido a duo – sem a voz e a presença de Lisa Gerrard? Cantora, compositora e de credenciais a perder de vista, um dos ecos da australiana pode ser conferido abaixo, na trilha do filme Baraka, de 1992, assim como na resenha envolvendo algumas curiosidades do álbum em questão, The Serpent’s Egg, comemorando mais um aniversário. Leia mais aqui.
Bernays Propaganda: brigada macedônia oriunda das entranhas do punk DIY (‘faça você mesmo’), lançaram o fantástico álbum Vtora mladost, treta svetska vojna no semestre passado, garantindo medalha de ouro no As 10 Melhores Escavações Sonoras de 2019 do Class of Sounds! Na linha de frente, a bela e imponente voz de Kristina Gorovska. Leia resenha completa neste link.
Lisa Hilton: Inspirada em nomes como Count Basie e Horace Silver, esta pianista norte-americana lançou um dos álbuns mais requintados de sua discografia. Leia mais sobre Chalkboard Destiny neste link.
Anna Öberg: Esta veterana sueca dos sons eletrônicos contribuiu com a parcela avant-garde desta esfera com o single “Ich Bin”, faixa do ainda fresco álbum Vafan har jag gjort! , lançado via carimbo independente. Pesado, intricado, futurista. Leia mais aqui.
Caress: Conhecida por ser a frente da banda shoegaze Blood Candy, beleza é apenas um detalhe perante sua poderosa estreia no darkwave, com o single “Love”; os anos 80 como nós gostamos.
New Age Steppers: Projeto reggae/dub de estrelas e candidatas a tal, como Ari Up, do The Slits, e Neneh Cherry. Action Battlefield é o segundo registro de um supergrupo que não criou asas, mas espalhou muita fumaça por onde passou. Confira mais esta indicação acessando este link.
Elizabeth Fraser: Única voz possível do Cocteau Twins, a rainha do etéreo quase nunca parou para descansar. Ao mesmo tempo que fechava com o Massive Attack nos palcos, Fraser se enfiou mais uma vez em estúdio para uma canja com o compositor Sam Lee, na música “The Moon Shines Bright”. Leia mais aqui.
Black Nail Cabaret: Mais que synthpop, este duo húngaro também se envereda no âmbito social. A vocalista Emese Arvai-Illes doou seus cabelos, devidamente cortados no vídeo “No Gold”, para a ONG The Hair Donators. Leia mais neste link.
Ultraísta: Este proeminente grupo de Porland, EUA, encerrou um hiato discográfico de 8 anos com o lançamento de Sister. Sem grandes alterações (o que não deixa de ser uma coisa muito boa), “Tin King” veio como primeiro tira gosto para os fãs que ansiavam por novidades vindas de Laura Bettinson. Leia mais aqui.
Diamanda Galás: Fechando de modo intrínseco com a poetisa do caos e musa inspiradora da fúria gótica avant-garde. Recentemente Galás adquiriu os direitos de seus trabalhos e prepara uma série de reedições de sua vasta discografia. O primeiro a sair das sombras é o necessário e assustador The Litanies of Satan, de 1982. Confira mais detalhes neste link.