Retorno do duo new wave inglês é marcado por rearranjos e faixas inéditas
Por Luiz Athayde
O duo new wave, Into a Circle (ou In2ªO), está definitivamente de volta. Após hiato de 32 anos, Paul ‘Bee’ Hampshire e Barry Jepson juntaram forças novamente, agora para dar novos rumos às canções antigas, e claro, soltar músicas novas.
Mas antes de qualquer coisa, faz-se necessária traçar uma breve linha do tempo. In2ªO é um dos spin-offs gerados pela dissolução do Southern Death Cult. Dali surgiu o seminal Getting The Fear – inclusive com álbum de raridades editado recentemente pelo carimbo Dais Records –, grupo já com Paul e Barry. Já no novo projeto, lançaram em 1988, o único álbum de estúdio, Assassins. Além de um punhado de singles e EPs, todos pela Abstract Records.
Mas até se reunirem, muita coisa aconteceu. Bee se mudou para Bangkok, na Tailândia, mas também se manteve ativo em outras partes do globo, mergulhando em inúmeros projetos musicais, incluindo o Psychic TV, da saudosa Genesis P-Orridge, a formação electro rock, Futon, com Simon Gilbert (Suede), dentre outros.
Já Jepson se tornou um empresário bem-sucedido no meio sônico, tendo um vasto currículo como promoter e tour manager de nomes como Placebo, Arcade Fire, Rammstein, Foo Fighters, Bryan Ferry, Iron Maiden, Kasabian, Ozzy Osbourne, Nick Cave, Kaiser Chiefs, Green Day, Tool… a lista não para.
Desde que voltaram, três singles viram a luz do dia. E um deles, “Bright Death”, ganhou participação do The Pack, uma das alcunhas do artista irlandês Jym Darling. Com produção videoclíptica assinada pela Thai Capsule Films, o resultado é uma hipnose melódica, se que esvai em trip hop, spoken word e tons místicos de lisergia.
Também há um clima de suspense que paira durante a música, que naturalmente se explica quando ouvinte toma conhecimento de sua história; em um certo reino, há o Rei Trumpiano e um rapaz chamado Bright, que decide matá-lo. Ele envenena o rei com mercúrio, convencendo-o de que o mercúrio ajuda a alcançar um corpo imperecível – Diz-se frequentemente que Mercúrio se assemelha a um útero cósmico, então, atenção ao assistir o vídeo. O plano reserva de Bright é convocar demônios de fogo para garantir que tudo corra bem. No entanto, as faíscas demoníacas causam um inferno que destrói tudo. Bright deve pagar o preço e se tornar o rei da extinção.
Quem deu mais detalhes da colaboração foi Bee, com exclusividade ao Class of Sounds:
“Jym, que fazia parte do Transglobal Underground, e eu queríamos trabalhar juntos em um projeto desde que nos conhecemos quando estávamos envolvidos com a Psychic TV”, revelou.
“Ele enviou alguma música, e Baz e eu ficamos instantaneamente viciados. Jym veio com o título, que junto com a música inspirou as palavras. As letras simplesmente saíram de mim, eu realmente senti que as estava recebendo ao invés de escrevê-las. Todas as partes faladas foram improvisadas instantaneamente, minha intenção era reescrevê-las, mas decidimos usar os primeiros takes.”
Quando perguntado se a faixa configura uma espécie de prévia para um lançamento mais amplo, como disco cheio, ele acrescentou: “A música aparecerá no próximo álbum In2aO, junto com mais uma ou duas colaborações com o The Pack. Estamos pensando em lançar no início do próximo ano, mas antes disso, temos mais seis músicas que lançaremos digitalmente antes do fim deste ano.”
Confira o resultado abaixo.
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