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Você Precisa Ouvir: My Sleeping Karma – Tri (2010)

Terceiro álbum do quarteto instrumental alemão que reescreveu o Tripitaka à sua maneira

Por Luiz Athayde

Terceiro. Triptaka; três sessões dos Ensinamentos do Buda; Disciplina (Vinaya Pitaka), os Discursos (Sutta Pitaka) e a Doutrina Absoluta (Abhidhamma).

No ano terrestre de 2010 quatro caras alemães resolveram reescrever tais ensinamentos, resultando no terceiro álbum Tri; Espaço, Psicodelia, Chapação – tríade que em poucos anos se tornaria um dos maiores clichés da esfera musical orientada por guitarras.

Mas Seppi (guitarra), Norman (teclados, guitarra), Matte (baixo) e Steffen (drums) fizeram à própria maneira, guiando-se pelo prisma do rock instrumental, se utilizando da alcunha My Sleeping Karma.

My Sleeping Karma (Divulgação)

Formado em Bayern, das cinzas do The Great Escape, em 2006, o quarteto editou sua autointitulada estreia naquele mesmo ano, seguido por Satya, em 2008 e o em questão pelo carimbo independente local Elektrohasch Schallplatten.

Já no período de atividades, o universo sônico-instrumental já regozijava de nomes, como os texanos Explosions in the Sky e os irlandeses God is an Astronaut – aliás, o que foi aquele show deles no Teatro Rival, Rio de Janeiro, em setembro de 2014? Inesquecível  –, mas a parada aqui é outra. Pois é, já tire da cabeça “esse negócio” de “Post Rock” só por ser instrumental.

Não há nada de pós e o rock aqui é transcendental a ponto de te levar para o espaço, com algumas arestas pesadas. Alguns podem configurar como Stoner e até, em alguns momentos, como Heavy Metal.

Já outros apenas como uma sonoridade enérgica movida a distorção e um kit de batera comandando por braços fortes. Depende como a onda irá bater em quem escutar.

E é essa suposta mescla que faz de Tri um álbum emocionante e dinâmico. Seus 40 minutos parecem 15, ao mesmo tempo em que o menor dos interlúdios denotam uma viagem interminável rumo ao nirvana – ou, exageros à parte, algo próximo disso.

O que uma olhada de rabo de olho em um catálogo de discos (de qualidade duvidosa) não faz. Achado a preço de banana, quando a mesma se encontra em promoção, claro, e direto para a cdteca. Altamente recomendado, pode ir sem medo. Ou melhor, você precisa ouvir Tri.

Tri Info:

+ Nem (só) Pink Floyd, tão pouco Sigur Rós; as principais influências do My Sleeping Karma são Slayer, Tool e Iron Maiden, especialmente o álbum ‘Seventh Son of a Seventh Son’.

+ Assim como Tri, todos os  títulos dos álbuns possuem conexões diretas com o hinduísmo, mas para por aí; nenhum dos integrantes têm ligações religiosas.

+ E por falar em três, após Tri, o grupo registrou os discos, Soma (2012), Moksha (2015) e o ao vivo Mela Ananda (2017).

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