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The Sisters of Mercy: neste dia, em 1990, “Vision Thing” era lançado

Banda liderada pelo excêntrico vocalista Andrew Eldritch encerrava a década de 80 com mais distorções

Por Luiz Athayde

Em seu terceiro e até então último disco inteiro, o The Sisters of Mercy surpreendia novamente com um novo direcionamento musical. Consequência natural de uma nova formação, agora como uma banda propriamente dita. Inclusive o líder Andrew Eldritch abrindo a guarda e se permitindo compor com demais integrantes. O resultado? Mais um clássico: Vision Thing.

Para esta feita, Eldritch e seu eterno companheiro, o “baterista” eletrônico Doktor Avalanche, contaram com os guitarristas e compositores Tim Bricheno e Andreas Bruhn. Além do baixista Tony James, linha de frente do Sigue Sigue Sputnik e ex-Generation X.

A produção foi ainda mais caprichada em relação ao excelente Floodland, e teve assinatura do próprio vocalista e Jim Steinman (este nas faixas “More” e “I Was Wrong”). No entanto, o Mark Freegard (New Model Army, Lush, Rubicon) e Peter One, ambos assistidos por Eldritch, trabalharam na parte de mixagem no estúdio Puk, na Dinamarca.

The Sisters of Mercy em 1990 (Foto: Reprodução)

O álbum também conta com algumas participações especiais, como Maggie Reilly, nos backing vocals, e John Perry (The Only Ones), no slide guitar em “Detonation Boulevard”. Tempos depois, Perry revelou que Patricia Morrison chegou a fazer parte do processo embrionário de Vision Thing.

“Na época da gravação, Tony James estava lá, mas não tenho certeza de quem [ele ou Patricia] realmente tocou baixo no disco. (…) Quando ouvi pela primeira vez o material do Vision Thing, Patricia estava lá; quando eu fiz o álbum, ela não estava”, comentou.

Sem deixar dúvidas, Morrison admitiu ter trabalhado com Eldritch até meados de 1989, mas foi deixada de lado do projeto por estar insatisfeita com o salário pago (300 libras por mês) e também pelo novo direcionamento musical da banda.

Capa do single ‘More’ (1990)

“Eu não estava muito empolgada com a direção em que o álbum estava indo. Havia elementos que eu não gostei que poderiam ter sido de outra maneira, e agora que Tony James está, eu não quero nada com isso. Parece óbvio o que está acontecendo – é hora da farsa…”, disse a baixista.

Crítica à política contemporânea foi o mote de Vision Thing. Seu título foi extraído de um dos comentários feitos por George H. W. Bush antes das eleição presidencial nos Estados Unidos em 1988.

Quando pressionado pela revista Time sobre qual seria sua possível agenda, ele se referiu à necessidade de um propósito ou agenda política ampla e definidora como “a questão da visão”. Já no âmbito musical o resultado final traz uma mistura inovadora, sombria, mas dançante; de gótico, industrial e metal.

Sua recepção na crítica só melhora com o passar do tempo. Prova disso são as 8 de 10 estrelas na Classic Rock anos mais tarde, e elogios da Q magazine, que incluiu o registro nos “50 Melhores Álbuns de 1990”. Em 1999, o jornalista Ned Raggett o listou no número 69 no “The Top 136 or So Albuns of the Nineties”.

Sobre prensagens: lançamento foi mundial e chegada ao Brasil em 1990 através do carimbos EastWest/Merciful Release em LP e CD.

Das reedições, destaque para o relançamento da Rhino Records em CD digipack, remasterizado, com as faixas bônus: “You Could Be The One”, “When You Don’t See Me (Remix)”, “Doctor Jeep (Extended Version)”, “Ribbons (Live)” e “Something Fast (Live)”. E oo box set em vinil lançado em 2016 pela Warner, contendo Vision Thing, mais os 12 polegadas dos singles ‘More/Doctor Jeep’ e ‘When You Don’t See Me’.

Este post tem um comentário

  1. MP Godinho

    ESQUECEU DO JIM STEINMAN, NE

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