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Fake Dreams prepara outros sonhos com nova formação

Tony Squizzo assume os vocais no lugar de Kelly Tybel

Por Luiz Athayde

Sobreviver de música underground no Brasil sempre foi uma tarefa que transcende o árduo. Quando se fala em punk, pós e suas variantes, aí a coisa desbanca para a pura sorte. De alguma maneira, parece ser esse o desafio aliado à uma cega paixão pelo que se faz que nos trouxe bandas tão vorazes ao longo dos anos – e das modas.

Na eterna brigada dos sons obscuros, está a banda Fake Dreams. Surgida em Vila Velha, ES das cinzas do Drei Hexen, o grupo capitaneado pelo compositor, tecladista e programador Angell Borba lançou no ano passado seu debut Sonhos, contando com João Depoli (guitarras), Clovis Monteiro (baixo) e Kelly Tybel no comando dos microfones.

Fake Dreams no Woodgothic Festival 2017 em Minas Gerais (Foto: Ilka Reiko)

Dramático, coeso e, sobretudo dark, o álbum de estreia lançado pelo carimbo paulistano Deepland Records figurou entre os potenciais lançamentos do ano, mas infelizmente foi ofuscado pela saída prematura de Tybel. Sem perder tempo, a banda recrutou Tony Squizzo (Cannibal Clown), figura antiga no underground local para entrar em estúdio e gravar “I Ran”, versão para o hit do seminal grupo da cena oitentista de Liverpool A Flock Of Seagulls, especialmente para o terceiro volume da coletânea Temple of Souls – juntamente com antigos e novos atos da cena darkwave/eletrônica como A Industrya, The Knutz, o conterrâneo Tape X e outros –, além de um poema musicado de Edu Morpheus para coletânea De Profundis Vol. 5, com previsão de lançamento para outubro desse ano.

Em papo para o Class Of Sounds, Angell Borba contou como se deu o processo de reestruturação do grupo.  

“Após o desligamento da vocalista, logo após o lançamento do CD ‘Sonhos’, ficamos um pouco sem chão, pois foi muito inesperado. Passamos por um período fazendo uns testes que não corresponderam a proposta da banda.’’, disse Borba.

Sobre a entrada do novo vocalista, o músico comentou:

“Tive a ideia de pedir ajuda ao vocalista da banda Cannibal Clown, o Tony Squizzo, para gravar uma música apenas para a coletânea [Temple of Souls Volume 3]. Escolhemos fazer uma versão da clássica ‘I Ran’, e para a minha surpresa a versão ficou excelente e logo vimos que ali nascia uma parceria muito boa mesmo. Na sequência recebemos o convite para participar da nova coletânea De Profundis Vol.5, onde decidimos musicar um poema do amigo e produtor Edu Affinito, assim gravamos ‘Passagem’.

De uma parceria para gravação de 2 músicas, o Tony se identificou com a proposta da Fake Dreams e convidamos a entrar na banda.”

Fake Dreams 2019 (Foto: Angell Borba)

Os ventos sombrios parecem estar tão a favor que o músico revelou a deixa de um futuro álbum.

“A afinidade da banda somado a empolgação de voltar aos palcos, em poucos meses já escrevemos e compomos 14 músicas e estamos perto de ir para os estúdio ensaiar o novo show. Agora com letras em inglês e português, arranjos mais trabalhados e seguindo a linha post punk/alternative rock, posso dizer que a sonoridade das novas músicas navega nos meados dos anos 90.”, disse. E continua:

“Definitivamente estamos muito empolgados para mostrar este novo trabalho da Fake Dreams, estamos loucos para fazer shows tanto em Vitória quanto em outras capitais… e acima de tudo, esperamos que todos gostem da nova formação e das nossas músicas.”

Enquanto não sai material novo, confira o vídeo oficial – com produção assinada pela Digi.Lab e o Estúdio Toca do Morcego – da faixa “Agonia Histeria”, do álbum de estreia Sonhos, ainda com a antiga formação.

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