O intricado ‘black jazz’ deu lugar ao synthwave de orientação cinematográfica
Por Luiz Athayde
Se há uma coisa que o grupo norueguês Shining não pode ser acusado é de se manter na zona de conforto. Após surpreender, em outubro de 2018 com o pesado álbum (e quase “emo”) Animal, o vocalista, multi-instrumentista e mentor Jørgen Munkeby voltou a chocar seus fãs, indo além das fronteiras do pop esboçado em seu último registro sônico.
“Wolves” se distancia cada vez mais do intricado e instigante jazz (ou, como diziam, “black jazz”) para dar lugar a sua contribuição na efervescente e viciante cena synthwave, embora se trate apenas de um single.
Com a surpresa veio a inevitável curiosidade de conferir com o próprio Munkeby sobre o que levou ele a seguir por esse caminho.
“Inicialmente, eu queria lançar uma música que soasse mais como Animal, assim como um single de acompanhamento após o álbum. Mas quando essa música começou a terminar, pensamos que era tão bom que tivemos que lançá-la, não importa o quê. Então foi isso que fizemos.”, disse o músico norueguês ao Class of Sounds.
Não obstante, o responsável pelos jazzísticos e seminais álbuns – e igualmente raros – Where The Ragged People Go e Sweet Shanghai Devil gostou de pregar mais essa “peça” nos fãs.
“Wolves definitivamente surpreendeu alguns de nossos ouvintes! É mais synth-heavy e a produção é mais eletrônica. Enquanto os vocais nos versos estão familiarizados com grande parte dos vocais em Animal, o canto nos refrões é definitivamente um novo estilo que você nunca ouviu antes no Shining. Eles são muito mais altos e mais poppy do que qualquer outra coisa que fizemos, o que foi muito divertido para nós”, reiterou Jørgen.
Munkeby também aponta que, apesar da grata (ou decepcionante) surpresa, não significa que esse será a via definitiva para o sucessor de Animal.
“Eu amo o estilo e a direcionamento de Wolves. Ainda não decidi se as próximas músicas serão assim ou como será o álbum. Mas essa música realmente me surpreendeu também com o resultado, então podemos fazer mais músicas como essa e ver como as coisas funcionam?
A única coisa que sei é que sempre faremos a música que queremos fazer. Essa é a única coisa que importa para nós.”
Abaixo, tire suas próprias conclusões.