Um dos discos mais raros do Brasil, “Paêbirú” finalmente ganha uma reedição de respeito
Por Luiz Athayde
A história de Paêbirú remete à época do descobrimento. Na caçada indígena comandada pelo capitão-mor da Paraíba, Feliciano Coelho de Carvalho, descobriu-se, em meio à caatinga, um registro de ancestralidade pré-histórica, deixando os soldados perplexos. Às margens do leito seco do rio Araçoajipe, um enorme monólito revelava estranhos desenhos esculpidos na rocha cristalina. Sob esse contexto, Zé Ramalho e Lula Côrtes musicam Paêbirú: Caminho da Montanha do Sol, que ironicamente, também é um artefato arqueológico: das 1300 cópias prensadas, somente 300 foram salvas, tornando-se um dos discos mais caros do Brasil.
Mas para a extrema alegria dos aficionados em vinil – e que não conseguem uma das trezentas cópias originais do disco –, a Polysom traz nesse mês de maio em sua série “Clássicos do Vinil” seu relançamento oficial em vinil gatefold duplo 180 gramas com encarte reproduzido como o original de 1975.
Musicalmente está tudo ali; jazz, psicodelia, progressivo e o regional. Além de conceitual; cortesia dos cogumelos tomados durante o processo criativo e também nas gravações.
Espera-se também uma diluição no preço do disco em função do relançamento, embora não tenha sido divulgada a quantidade de cópias que estarão no mercado.