A estreia, que acontecerá em São Paulo, está prevista para o mês de agosto
Por Luiz Athayde
O musical Lazarus, escrito por David Bowie pouco antes de morrer, ganhará vida em palcos brasileiros. Com previsão de estreia para o dia 22 de agosto no novo Teatro Unimed em São Paulo, o diretor Felipe Hirsch traz sua versão originalmente produzida por Enda Walsh para o que foi um dos últimos e mais relevantes trabalhos do artista.
Um deles foi o álbum Blackstar, lançado dois dias antes de partir. Durante sua composição, Bowie demonstrava um grande desejo (na verdade, o seu maior) de montar um musical, embora ele já tivesse esboçado tal projeto na turnê do álbum Diamond Dogs.
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Baseado no romance de Walter Travis de 1963 O Homem que Caiu na Terra (que posteriormente, em 1976, ganhou adaptação ao cinema estrelado por David Bowie), Lazarus conta a história de um alienígena que vive na Terra disfarçado de humano, mas constantemente atormentado por não saber lidar com a vida terráquea. O espetáculo traz músicas de sua fase clássica como ‘Heroes’, ‘Absolute Beginners’, ‘Life on Mars’, assim como as mais novas ‘Little Time’ e a própria ‘Lazarus’, e por uma questão contratual, todas serão interpretadas em suas versões originais em inglês.
“Bowie falava sobre isolamento e, no caso dele, referia-se aos dez anos em que estava sem gravar um disco”, diz Felipe Hirsch ao Estadão. “O personagem de Lazarus permanece diante da TV para expressar sua solidão, o que é semelhante aos dias de hoje, em que as pessoas fixam seu olhar diante de várias telas, também isoladas.”, completa.
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Entre os nomes confirmados no elenco da versão brasileira, estão Bruna Guerin, Carla Sarlle, Luci Salutes, Erom Cordeiro, Olivia Torres, Valentina Herszage, Rafael Losso, Natasha Jascalevich e Jesuíta Barbosa (Praia do Futuro, Serra Pelada e outros filmes), do qual o diretor Felipe Hirsch se impressionou. “Eu buscava um ator que, ao cantar, unisse também o trabalho de atuação. E Jesuíta me encantou.”
Sobre Lazarus, o ator comenta:
“Bom, quem conhece o Felipe sabe que ele não trabalha com formato fechado – sempre traz uma dramaturgia original. O mesmo acontece com as diretoras musicais, a Maria (Beraldo) e a Mariá (Portugal): elas têm um trabalho arrojado, independente, experimental. É um conceito que combina bem com o trabalho de David Bowie, que não é nada engessado.”
Ainda não há informações sobre uma possível ida a outros estados.