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Dead Can Dance: neste dia, em 1987, “Within The Realm of a Dying Sun” era lançado

Terceiro álbum do grupo australiano consolidava sua era mais etérea

Por Luiz Athayde

Hoje mais um disco clássico do Dead Can Dance faz aniversário. Within The Realm of a Dying Sun teve nova produção conjunta entre John A. Rivers e a banda, e viu a fraca luz do dia dois meses depois via seminal carimbo 4AD.

Seu salto no âmbito etéreo é enorme em relação ao álbum anterior, Spleen and Ideal. Este, embora iniciando suas nuances mais atmosféricas, ainda se voltava para o pós-punk tradicional, fortemente influenciado por Joy Division.

Sobre as mudanças, a banda comentou: “Percebemos que estávamos limitando nossas visões musicais, contando com guitarra, baixo e bateria. Esses instrumentos não eram adequados para expressar muitas das coisas que estávamos ouvindo”.

Lisa Gerrard e Brendan Perry: Dead Can Dance (Foto: Divulgação)

A arte de capa sempre foi parte marcante do conceito de seus discos. Neste caso, trata-se de uma fotografia do túmulo do químico francês, naturalista, fisiologista, advogado e político socialista François-Vicent Raspail. Ela foi tirada no cemitério Père-Lachaise em Paris, França – inevitável conexão com o álbum ‘Closer’, daquele grupo de Manchester.

Nem a falta de tradição em singles impediu o crescimento da carreira da formação Aussie. Sua sonoridade sorumbática iria, anos depois, influenciar músicos muito além do perímetro gótico/pós-punk.

Dos exemplos mais notáveis, versão do Paradise Lost para “Xavier” (na edição limitada do álbum ‘Symbol of Life’, de 2002); sample dos vocais de “Dawn of the Iconoclast”, no single “Papua New Guinea” do The Future Sound of London; e até sample da mesma faixa, feita por Fergie, ex-The Black Eyed Peas, em parceria com Rick Ross, na música “Hungry” (do disco ‘Double Dutchess’, lançado em 2017).

Ainda:

+ Within The Realm of a Dying Sun saiu tardiamente nos EUA; somente em 8 de fevereiro de 1984. Mas também em países como Canadá, Polônia, Romênia, Lituânia, Japão, Grécia, França, Reino Unido, Turquia, Países Baixos, Itália e Rússia. Do lado brasileiro, fãs ainda se encontravam dependentes das importadoras.

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