Por Luiz Athayde
Mais raro que Paêbirú, “Rosa de Sangue” volta a ganhar uma reedição em vinil pelo carimbo Polysom
Para quem achava que o disco mais raro e caro da música brasileira era Paêbirú – Caminho da Montanha do Sol do cantor e compositor pernambucano Lula Côrtes em parceria com Zé Ramalho, saiba que um outro álbum ostenta esse título; ou ostentava.
Em 1980 Lula Côrtes entrou em estúdio para gravar Rosa de Sangue, para ser lançado pelo carimbo recifense Rozenblitz, mas por conflitos judiciais, o disco não saiu do forno. Como tentativa de solução, Côrtes regravou algumas daquelas músicas e as incluiu no subsequente registro – já pela multinacional recém-instalada no Brasil, a Ariola – O Gosto Novo da Vida (1981), mas como as pendências jurídicas ainda se faziam presentes, ambos os selos interromperam a comercialização dos álbuns.
E eis que surge novamente a Polysom para acessar sua prateleira e relançar – 10 anos depois de uma tiragem limitadíssima em 500 cópias em vinil 180 gramas – na sua série Clássicos em Vinil, ainda para esse mês de junho.
Fomentado na música nordestina e no rock de falanges inglesas setentistas, em Rosa de Sangue, Lula rege seu canto com uma orientação quase spoken word, criando uma marca inconfundível dentro do cenário musical brasileiro, e também caindo como uma luva nos dias atuais, já que há algum tempo o mercado tem se voltado para bandas influenciadas pela década de 70.