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Você Precisa Ouvir: The Lafayette Afro Rock Band – Malik (1975)

Entre vários nomes e alguns discos, este certamente se destaca pela sua envolvente pegada jam

Por Luiz Athayde

Funk! Com boas doses de rock e africanidade. Nunca também, uma banda teve tantos nomes: Bobby Boyd Congress, Ice, Crispy & Co. (Krispie & Co. na Europa), Captain Dax e The Lafayette Afro Rock Band.

Inicialmente em 1970 tendo o vocalista original Bobby Boyd no nome, a formação ainda incluía Larry Jones (guitarra), Lafayette Hudson (baixo), Frank Abel (teclados), Ronnie James e Arthur Young (metais), Ernest “Donny” Donable (bateria) e Keno Speller (percussão, juntamente com Young).

Por acharem que a cena yankee estava saturada, resolveram partir de mala e cuia para a França, se residindo especificamente na noite do Barbès district de Paris, área essencialmente habitada por imigrantes de países do norte do continente africano.

The Lafayette Afro Rock Band

Com a convivência, a inevitável influência; mudam o nome para Ice, e sob tal acunha, lançam em 1972 Each Man Makes His Own Destiny, servido como base do que viria a seguir – a essa altura, Boyd havia se separado do grupo e voltado para os Estados Unidos, e nesse meio tempo, advinha? Mais uma troca de nome: Soul Congress.

No ano seguinte, enfim, mudam para The Lafayette Afro Rock Band e soltam Soul Makossa, também conhecido como Movin’ and Groovin’ nos Estados Unidos. Mas foi em 1975 que lançam um de seus maiores clássicos, se não o maior: Malik. Inspiradíssimo, o álbum faz uma envolvente mistura de jazz de orquestra, funk, rock e as nuances africanas devidamente atendidas por suas atividades percussivas.

Malik soa não somente inspirado, como inovador. É ali, ou melhor aqui, que temos saudáveis embriões do que seria chamado posteriormente de breakbeat, além de atmosferas diferenciadas em relação a grupos contemporâneos e infinitamente mais bem sucedidos, como Funkadelic, Kool & The Gang e Cameo.

A progressiva “Darkest Light” foi uma música incessantemente sampleada. Indo de Ice Cube (na música “Friday”, de 1995) a Jay Z (“Show Me What You Got”, de 2006), de  Freestylers (“Freestyle Noize”, de 1998) a Britney Spears (“Mad Love”, de 2001); mas foi em “Show ‘Em Whatcha Got”, do Public Enemy que ela deixou sua marca.

Embora seja a faixa referência por ter sido massivamente usada como sampler, absolutamente todas são dignas de destaque. São 46 minutos (poderia ser mais) de puro balanço em meio a um gostosíssimo clima de jam, onde volta e meia a guitarra se gladia com os metais que o gênero pede, sem mencionar essa a lindíssima capa, exalando o poder das ruas através de uma bela e ostentadora expressão facial.

Balanço dos grossos com selo de garantia de chaqualhamento de esqueletos cobertos por todos os tipos de pele. É exatamente por isso que você precisa ouvir Malik.

Afro Funk Info:

+ O solo de saxofone em “Darkest Light” foi tocado por ninguém menos que Leroy Gomes, que seria conhecido por ser a linha de frente do grupo de disco music Santa Esmeralda.

+ O grupo ainda voltou a usar o nome Ice lançando os álbuns ‘Nino and Radiah’, em 1974, ‘Frisco Disco’ e ‘Afro Agban’, em 1976 e 1977 respectivamente.

+ Atendendo pelo nome Crispy & Co., lançaram apenas um disco, ‘Funky Flavored’, em 1976, e os singles “Brazil” (1975), “Get it Together” (1975) e “Sunara” (1976). Já como Captain Dax, soltaram o single “Dr. Beezar, Soul Frankenstein” em 1976.

Ouça Malik no Spotify:

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