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Viagra Boys – Welfare Jazz

Grupo sueco chega ao seu segundo disco mantendo a veia artística do seu deboche punk

Por Luiz Athayde

Uma das características básicas do jazz são “os improvisos e as sonoridades e ritmos sincopados, basicamente extraídos do ragtime e do blues” (via Oxford Languages). Não é bem o que se encontra no novo álbum do Viagra Boys, e sim algo menos intricado, trazendo uma espécie de bem-estar; Welfare Jazz.

Viagra Boys (Divulgação)

Geralmente, quem curte este suecos de Estocolmo, também aprecia e muito a banda britânica IDLES, mas faz-se necessário dizer que em comum, talvez mais o estilo “para frente” de seus vocalistas. Ainda assim, Sebastian Murphy está mais para “não estou nem aí” do que o agressivo Joe Talbot.

 O novo registro chega em 2021 com toda a pompa e deboche de sempre, e musicalmente, com flertes ainda mais explícitos com o synthpop, levando o ouvinte a pensar se não está diante de algum momento do disco Playing The Angel, do Depeche Mode.

Provas? “Ain’t Nice” e “Creatures”, por sinal, dois dos singles mais legais das 17 faixas; recheadas de vinhetas, experimentações e devaneios. Por isso mesmo este não é o tipo de disco para ouvir “por alto”, e sim como se estivesse ouvindo um álbum de… jazz.

Outra faixa impossível de não mencionar é “Toad”, com sua notável conexão com o Suicide do saudoso Alan Vega. Já “I Feel Alive” apela para um blues a torto e não muito direito, enquanto “Lick the Bag” traz a sempre nítida pegada Devo. Apenas para citar alguns exemplos.

Em suma, Welfare Jazz é um pequeno update no trabalho iniciado em 2016, quando ainda eram uma desconhecida banda nórdica. Por outro lado, é esse mesmo crescendo que está fazendo os guerreiros vikings da pílula azul uma das falanges mais notáveis do cenário alternativo.

Disco feito por muita gente – Henrik “Benke” Höckert (baixo), Benjamin “Benis” Vallé (guitarra), Tor Sjödén (bateria), Konie (sintetizadores), Oskar Carls (saxofone), além, claro de Sebastian Murphy (vocais), mais os colaboradores/produtores Pelle Gunnerfeldt, Daniel Fagerström, Matt Sweeney e Justin e Jeremiah Raisen – mas que já deu as caras deixando muitos tímpanos eretos.

Ouça o álbum completo no Spotify:

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