Trupe de Oslo levou sua escuridão industrial à brilhante e amigável cidade de Kristianstad
Por Luiz Athayde
Em janeiro de 2020, o quinto álbum de estúdio da banda avant-garde jazz/industrial norueguesa Shining completava 10 anos. Mas pouco ou nada poderia ser feito, já que estávamos todos em período de quarentena em função da pandemia do Covid-19.
Ainda assim, o multi-instrumentista e compositor Jørgen Munkeby organizou lives para não deixar passar a data em branco. Após a abertura, a formação, que também conta com o baixista e ex-Tristania Ole Vistnes (leia entrevista exclusiva aqui) voltou aos palcos com shows pontuais.
Um dos resultados foi a recente apresentação feita no Studio B – Blå Kors Kristiansand há quase três meses, que inclusive rendeu uma performance eletrizante de “Fisheye”.
“Em uma manhã de verão no final de agosto, colocamos todos os nossos instrumentos e luzes em um carro de tamanho médio e partimos para a cidade de verão brilhante e aconchegante de Kristiansand”, disse a banda. “Com suas casas pintadas de branco à beira-mar e seu comportamento (alguns diriam) excessivamente amigável, sentimos que a cidade poderia usar um pouco de escuridão industrial.”
Já se passaram 12 anos desde seu lançamento, e nunca será demais relembrar um dos marcos da esfera jazzística moderna. Blackjazz chegou na classe de 2010 como um opus caótico, pesado, sombrio, agressivo, mas sobretudo esbanjando um ecletismo técnico de quebrar barreiras.
Como se não fosse o suficiente, o álbum ainda brinda o ouvinte com uma versão pós-apocalíptica para “21st Century Schizoid Man”, do King Crimson – uma das bandas progressivas que exerceu maior influência em território escandinavo.
O vídeo leva a assinatura de Daniel Wootton, e mostra apenas uma fração do que é o Shining ao vivo, e mesmo em estúdio. Além de Jørgen (vocais, guitarra e saxofone) e Ole (baixo), o lineup é completado com Tobias Ørnes Andersen (bateria), Eirik Tovsrud Knutsen (teclado) e Antti Karhu (guitarra).
Assista abaixo:
Confira a seguir entrevista exclusiva que fizemos com o Shining em 2019; jazz na terra do black metal, passado, presente e futuro.