Veterano do jazz assina todo o seu trabalho sozinho em seu estúdio
Por Luiz Athayde
Quando recebi esta grata sugestão de pauta, a última coisa que eu li, após ouvir música algumas vezes – inclusive curtindo e muito –, foi que o saxofonista americano Kevin Brown é cego.
De fato, o que importa é realmente a música. Mas, ao saber que ele assina simplesmente tudo, e leia-se: escrever, compor, gravar e produzir o que cria no seu estúdio Curse Buster Sound, é de causar surpresa.
E talento, dom ou o que seja, não é apenas, no melhor dos sentidos para isso. Brown é saxofonista profissional há mais de 40 anos, e seu jeito singular de tocar já rendeu turnês ao redor do planeta; tanto em voo solo como integrando pequenas pequenas bandas e orquestras de jazz.
Suas influências dos mares não tão além do jazz incluem blues, fusion, R&B, funk, música clássica e country. Ou seja, limite não é uma palavra presente em seu vocabulário.
Parte resultante disso é a faixa “Psalm 47”. Apenas imagine uma comédia noir feita nos anos 90 ou mesmo uma das cenas cômicas de Imensidão Azul (Le Grand Bleu, 1988) de Luc Besson e viaje nestes poucos mais de 3 minutos de mote cinematográfico.
Ao descrever suas composições, Brown foi tão poético quanto sua foto. “A música é uma força benéfica que raramente é usada em todo o seu potencial…”, comenta. “Quando você precisa de alguma inspiração, alguma energia, uma perspectiva diferente sobre as coisas, há música para você…”.
Ele conclui dizendo que “em nosso mundo em movimento rápido, onde tudo está na síndrome de “Faça tudo ontem”… A música pode ajudar a tornar seus dias melhores, produtivos e simplesmente divertidos.”
De fato, agradável para quem toca e também aos que ouvem fora do mundo real, tendo em vista que seu único canal de comunicação é pelo Youtube e na Groover.
Ouça “Psalm 47” abaixo.