Banda norte-americana voltou ainda mais melodiosa e com flertes massivos com a música eletrônica
Por Luiz Athayde
O Class of Sounds não mudou seu editorial exclusivamente para o shoegaze (boa ideia, mas…). É que alguns lançamentos realmente não poderiam passar em branco. Sendo mais específico: Only X, da formação estadunidense Purplespace.
Se bem que muitas vezes o shoegaze passa longe aqui. E convenhamos, bela pedida. O registro de número 5 desta banda nascida em 2001 na Flórida, figura o sucessor de Farewell, My Love (2023) e traz consigo algo único dentro de sua própria esfera.
Suas quatorze faixas são extremamente melódicas, como se fossem uma peça gerada para induzir uma sensação de levitação no ouvinte.
Para esse resultado, o núcleo criativo formado pelos guitarristas/vocalistas John e Emma Kate (também pai e filha) lançou mão do que o universo eletrônico pode oferecer.
Isso inclui efeitos vocais (até em demasia, em alguns momentos) e ambiências que se confundem, de forma curiosa, com emo, synthpop e space rock. Algo como New Order e My Bloody Valentine flertando de forma contínua com o Angels & Airwaves de Tom DeLonge.
E o mais legal é que se trata de um grupo, sim, com a ânsia de içar voos maiores, mas que carrega consigo uma certa aura despretensiosa.
Felizmente, quem ouve acaba sendo agraciado por ótimas canções. Embora este seja seu trabalho mais direto, melodioso e, por consequência, acessível.
Destaques: vá de faixa-título, a voz de Emma Kate é nada menos que apaixonante; “Crushing Me” – seu crescendo já vale o play; e “Trustfall”, por sua assertiva abordagem eletrônica.
Todavia, o lance mesmo é ouvir Only X na íntegra. A seguir: