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Primal Scream: neste dia, em 1997, “Vanishing Point” era lançado

Álbum seria a releitura mental de Bobby Gillespie para o homônimo road movie de 1971

Por Luiz Athayde

Neste exato dia, na classe de 1997, nascia um dos álbuns mais singulares dos escoceses do Primal Scream. Após flertes com o jangle pop e o hard rock nos dias iniciais, a música eletrônica no mais que bem-sucedido Screamadelica e o blues rock em Give Out But Don’t Give Up, o grupo voltou mergulhando fundo no universo eletrônico (e claro, nas drogas); lançando mão de dub, dance music, krautrock e até industrial.

Vanishing Point saiu pelo carimbo Creation Records, e teve produção assinada por Brendan Lynch – Air, Oasis, Massive Attack e outros. Além de contar com Gary Mounfield, ou Mani, ex-The Stone Roses, nas quatro cordas.

Mani e Bobby Gillespie: Primal Scream em 1997. (Foto: Reprodução/Facebook Primal Scream)

Também há uma considerável lista de participações especiais, como Marco Nelson (baixo), Glen Matlock (Sex Pistols) e a lenda do reggae Augustus Pablo.

Segundo o líder Bobby Gillespie, o álbum é uma espécie de “um louco roadie movie anarco-sindicalista”, claramente inspirado no longa homônimo de 1971. Na verdade, por sentir que o longa merecia músicas mais condizentes, Gillespie resolveu criar a sua versão do que seria a trilha.

Aqui, o personagem interpretado por Barry Newman ganhou samples de “Halleluhwah”, do seminal Can, e “Get Off Your Ass and Jam”, do Funkadelic.

Capa do single 12 polegadas de “Kowalski” (Imagem: Reprodução/Discogs)

Os outros singles foram “Star”, “Burning Wheel” e “If They Move, Kill ‘Em”. Uma versão também foi permitida: a inusitada leitura para a música “Motörhead”, do, obviamente, Mötorhead. Tão autoral que sequer parece se tratar de um cover. “Trainspotting”, tema do clássico filme homônimo, figura a décima faixa do disco.  

Uma das características mais marcantes de Vanishing Point e que curiosamente lhe rendeu sucesso, são as estruturas não muito convencionais de suas músicas.

“Nós havíamos caído na armadilha onde cada música tinha que ter um riff de guitarra, um verso, um refrão, oitava, coda. Essa maneira de trabalhar era tirânica. [Andrew] Innes e eu, trabalhando em Vanishing Point, começamos a fazer músicas que não tivessem restrições estruturais. Mas foi uma coisa psíquica. Começamos a fazer músicas como “Kowalski”, onde não há refrão. Não há música lá, apenas um groove metálico. A gente simplesmente não queria continuar fazendo aquele rock enérgico. Era simplesmente muito restritivo do ponto de vista criativo. Vanishing Point nos livrou da tirania do rock ‘n’ roll de três minutos e meio. Foi um disco libertador.”, disse Gillespie a Vice em 2016.

O resultado não poderia ter sido mais positivo. Vanishing Point figura os 1001 álbuns que você deve ouvir antes de morrer de Robert Dimery; ostenta as 20 primeiras posições com os três primeiros singles e excelentes notas pela crítica especializada, fazendo deste um dos álbuns mais importantes de 1997.


Atualizado em 7 de Julho de 2024

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