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Pleasants – Rocanrol In Mono

Manual australiano de como fazer um som sujo, enxuto e cheio de energia

Por Luiz Athayde

Nem sempre o que soa inovador empolga, da mesma forma que mais do mesmo é o que mais tem por aí.

No entanto, o Pleasants passa batido em ambos os casos. Eles lançam mão de uma sonoridade incessantemente explorada desde a gênese do rock, mas do jeito Aussie.

Em outras palavras, direto ao ponto; com muita sujeira e em mono. Rocanrol In Mono, estreia discográfica via UTG Records.

Pleasants (Foto: Jacob McCann)

Não é nenhuma surpresa que a mais recente explosão de bandas nessa pegada, venham da Austrália. Aquele país (tão próximo do Brasil no que diz respeito à natureza) sempre foi um caldeirão efervescente.

De lá para cá, fomos presenteados com ícones em praticamente todas as épocas e esferas sônicas. Seja com o AC/DC nos anos 70, Dead Can Dance e Midnight Oil na década de 80, ou há bons anos com o King Gizzard & the Lizard Wizard.

Contudo, a (nossa) bola da vez é da classe de 2024. O cérebro por trás da formação de Perth se chama Alex Patching (ou Al Uminium). Vocalista, compositor e guitarrista, ele é amplamente conhecido no cenário local, especialmente por trabalhos junto a nomes como Ghoulies, Paranoias, Aborted Tortoise e Dennis Cometti.

Sua nova empreitada segue como correligionária dos acima citados, porém, com uma dose extra de power pop e punk 77 (embora citar os Ramones já fosse suficiente), sublinhado por uma gravação lo-fi.

Sim, Patching registrou as faixas em um gravador de cassete de 4 canais. Tudo entre 2022 e 2023. A masterização é assinada por Alec Thomas.

O tempo total contabiliza 20 minutos cravados tanto para o bem quanto para o mal. Sequer dá tempo de enjoar das músicas, enquanto, por outro lado, há a ânsia de que na sequência de “Poke You In The Eye” venham pelo menos mais dez pedradas.


Ainda assim, o destaque são as faixas “Takaout Dinner”, com seu Ramones saturado; “Dead To The World”, ao atacar inconscientemente de The Boys; a maravilhosa “Karaoke Booth” (um viva para os sintetizadores) e “Home Alone”. Esta, uma espécie de bubblegum estragado.

Muitas vezes, o que realmente precisamos é de discos com poucos acordes para impulsionar os ânimos. E Rocanrol In Mono é o que está rolando de melhor na praça.

Ouça no Spotify (aqui) ou confira na íntegra a seguir, juntamente com o link para comprar o vinil:

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