Notícia foi confirmada pela gravadora do artista, a Mute Records, sem informar a causa da morte
Por Luiz Athayde
Um ás do pós-punk nos deixou nesta sexta-feira (21). Morreu Mark Stewart, vocalista da banda The Pop Group, aos 62 anos. A Mute Records fez uma postagem nas redes sociais confirmando a notícia, e trazendo depoimentos do CEO Daniel Miller, bem como de seu do guitarrista Gareth Sager e o colaborador e amigo Adrian Sherwood.
“Conheço Mark como um amigo e companheiro de viagem há mais de 40 anos, desde que ele era o vocalista principal do The Pop Group”, começa Miller. “Tenho tantas lembranças maravilhosas dele – algumas bizarras, outras ultrajantes, mas sempre inspiradoras e de alguma forma por uma razão.”
E continua: “Sua influência musical tem sido muito maior do que é freqüentemente reconhecido. Ele estava encorajando jovens artistas, especialmente aqueles locais para ele em Bristol – muitos se tornaram estrelas globais.
“Seu carinho e bondade como amigo sempre foi algo muito importante para mim. Tivemos tantas risadas juntos, e ele tinha tanta energia criativa. A última vez que vi Mark foi há alguns meses em Bristol, apresentando um set improvisado com Lee Ranaldo. Ele não era nada além de hilariante, sua peça era basicamente uma rotina de stand-up, e depois do espetáculo passamos muitas horas colocando o mundo em ordem, é uma memória maravilhosa, vou sentir uma falta imensa dele.
Mark, não consigo imaginar você sendo nada além de inquieto, mas espero que você encontre sua paz especial.”
Sager, por sua vez resumiu: “Mark foi a mente mais surpreendente da minha geração. Descanse em paz.” Enquanto Sherwood, que já juntou forças com Mark no projeto dub/reggae The New Age Steppers, agradece:“Obrigado, meu irmão. Você foi a maior influência musical da minha vida e nossa família estendida sentirá tanto a sua falta. Amor eterno.”
A conexão com correligionários da contracultura nem de longe foi ao acaso. Unido punk, jazz, funk, noise e dub, a voz da irônica alcunha The Pop Group, banda formada em Bristol na classe de 1978, jorrava sua poesia anticapitalista e anticonsumista nas letras. Tal carga política atravessou mares e influenciou profundamente nomes como Fugazi, Sonic Youth e Massive Attack.
E por falar em massivo, o âmbito colaborativo seguiu fértil, e inclui de Stephen Mallinder (Cabaret Voltaire) ao saudoso Ryuichi Sakamoto. Além de ter registrado oito discos solo, sendo o último, VS, editado em 2022 pelo carimbo Emergency Arts.
