Duo compensou o tempo perdido com 7 remixes inéditos, mais uma faixa zerada em folha
Por Luiz Athayde
Quando o assunto é Synthpop, nosso cérebro é automaticamente condicionado a desenhar o mapa do continente europeu, e naturalmente, pesquisar se trata de algum grupo alemão.
Caso o seu cérebro tenha processado dessa forma, um aviso: foi bug. O duo Mind Machine foi criado na cidade ianque de Los Angeles e, mais surpreendente: em algum momento de 1989.
E não para por aí; o primeiro álbum, Return To The Machine, só viu a luzes artificiais em 2019, via carimbo independente.
Em um curto período antecedido pelo álbum, alguns singles, remixes e até uma “tentativa” não oficial de disco cheio, também lançado por vias independentes e no formato digital.
Para a classe de 20 deste novo século, Brian Olsen e Brian Belknap trouxeram Here and There, um caprichado apanhado de 8 remixes da faixa homônima, assinada por outros atos do cenário eletrônico, como Blume, Future Lied To Us, Ruined Conflict e pelos próprios; além de “Sunday Before Sunrise”, um dos melhores momentos do registro.
O EP traz aquele caráter emergencial de um duo que parece estar querendo compensar o tempo perdido por tantos anos de hiato, e foi aí que demonstraram sua garra para dizer ao mundo que estão vivos e seguindo em frente com muitas possibilidades.
Embora se trate essencialmente de um EP de remixes, Here and There é Synthpop na sua essência; dançante, futurista e com licença do corpo docente formado pelos principais nomes do gênero – acho que não preciso citar Depeche Mode, OMD, Erasure, Red Flag, Cetu Javu e afins – para de vez em quando ir ao bebedouro tomar aquela água batizada.
A música eletrônica dos subterrâneo tão ativo como sempre, mas nem todos alcançaram desempenhos tão satisfatórios como este duo norte-americano. Visto de corrigido, nota 8 de 10.
Ouça Here and There no Spotify: