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Michele Thomas volta com novo álbum em 10 anos, “The Assumption”

Recentes acontecimentos envolvendo os direitos civis nos EUA foram uma das forças motrizes da cria da cena de Chicago

Por Luiz Athayde

O que seria dos oprimidos se não fosse a arte como meio de comunicação, desabafo e sobretudo protesto? A quarta arte que o diga: música. E neste caso, pelas honras da cantora, compositora e musicista norte-americana de jazz, Michele Thomas.

Como se fosse um chamado, a cria da cena de Chicago ressurgiu com The Assumption, seu novo álbum de estúdio em dez anos. Especificamente como sucessor de Messenger, de 2012.

Obviamente ela não é mais a mesma pessoa. No entanto, traz o mesmo tino artístico e a força de quem nasceu em um país notoriamente conhecido pelo racismo violentamente explícito e televisionado. Sem mencionar pautas cada vez mais em evidência, como sexismo e autoritarismo.

Ainda assim, houve espaço para a vida e, ao menos ela, visualiza da forma mais bonita possível; através de R&B, Soul, Gospel e momentos que passam pelo Folk e claro, as variáveis do Jazz.

Para esta feita, Thomas contou com um time de músicos composto por Chris Mahieu (Rhodes e piano), Chris Greene (saxofone), Clark Sommers (baixo), Neal Alger (guitarra), Jeff Hedberg (trompete) e Darren Scorza (bateria).

Com a cozinha e o salão devidamente prontos, ela imprimiu sua marca com a tintura clássica de nomes do quilate de Ella Fitzgerald, Dianne Reeves e Cassandra Wilson. Sob certo prisma de grandes compositores desta esfera, assim como o da música pop – que também se arriscaram no jazz –, a exemplo de Sting.


Ao ouvir as 11 faixas, a sensação é realmente de um passeio paisagístico sem a menor pressa por várias nuances sônicas. Incluindo momentos mais dramáticos e outros puramente dançantes, ainda que possua doses cavalares de requinte, como o estilo naturalmente ficou conhecido.

Um dos grandes atrativos de The Assumption, é que embora traga alguns temas pesados, não se trata de um álbum urgente, agressivo e carregado de virtuose. Bom, na verdade a monstruosidade dos músicos presentes é perceptível, mas está longe de um shredding jazzístico.

Em suma, disco inspiradíssimo, poderoso e acima de tudo cativante. Melhor momento da carreira de Michele Thomas até aqui.

Ouça o álbum completo abaixo no Spotify.

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