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Michael Gearheart – Nostalgia

Entusiasta norte-americano dos sons eletrônicos carimbou nada menos que três álbuns somente neste começo de 2022

Por Luiz Athayde

Há alguns anos, lembro de um comentário em um post pessoal nas redes sociais, se não me engano sobre o Primal Scream, que “música eletrônica era tudo igual”. Pois bem, a pessoa não só estava distante de conhecer esse universo tão vasto, quanto sequer gostava de algo que estivesse fora do padrão guitarra distorcida-baixo-bateria.

E está tudo bem. Mas se Michael Gearheart tivesse lançado Nostalgia naquela época, com certeza o teria indicado como objeto de pesquisa, até porque ele não iria gostar de qualquer forma.

Michael Gearheart (Foto: Divulgação)

Enfim, lembranças passadas à parte, o novo álbum deste artista multimídia norte-americano e cria do Noroeste Pacífico, está mais para paladares, não diria seletos, no sentido elitizado – anos luz disso –, mas abertos a experimentações, livre de fronteiras musicais.

Contabilizando o espantoso número de três lançamentos somente esse ano, Gearheart é, além de uma máquina de soltar discos, poeta e fotógrafo. Sua principal influência é a natureza que o cerca, permitindo usar e abusar de ambiências através de batidas sincopadas (ou não), dreampop, shoegaze e jazz; em sua forma mais eletrônica e experimental.

Como resultante, Nostalgia passa por todos esses terrenos férteis, mas ao mesmo tempo inimagináveis, já que depende exclusivamente de quem os explora. Se você que está lendo, necessita de alguma referência, imagine conexões oscilantes entre 808 State, The Future Sound of London e Carbon Based Lifeforms se encontrando inusitadamente em um jazz café à beira mar.

A viagem é garantida, especialmente se adentrada com “I Hear the Word Potential From Under My Breath” e “Is it Still Yesterday”, ou até incômoda, se a cafeína bater forte ao ouvir a quase Krautrock, “A Big Red Door Ahead of Me, a Field of White Calla Lilies Behind Me”.


No fim das contas, o que aparenta ser “mais um” registro jogado aos ventos de um músico recluso, pode ser a trilha sonora perfeita para uma caminhada ao ar livre ou a linha sônica para trabalhos em home office – levando em consideração que ainda estamos em uma pandemia. Mas aqui a recomendação é outra: escutar no sentido clássico, absorvendo cada camada, descobrindo suas nuances e se abrindo para uma música orgânica e sobretudo sem amarras mercadológicas. Belo álbum.

Ouça Nostalgia abaixo, no Spotify.


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