Confira o lyric video com polaroids feitas por Heitor Lorega
Por Luiz Athayde
O duo Madrid, do incansável Adriano Cintra (ex-Cansei de Ser Sexy, Thee Butchers’ Orchestra, Fogo Fera, Caxabaxa) e da artista Marina Vello (ou Marina Gasolina, ex-Bonde do Rolê) voltou com música nova em folha: “Eu Não Ligo, Eu Finjo”.
Ela chega alguns meses após uma curta sequência de releituras, incluindo “Remorso”, com letra de Arrigo Barnabé, e “Luz Negra”, do sambista carioca Nelson Cavaquinho.
Agora, no entanto, é a vez de uma composição inteiramente autoral assinada por Cintra, que também cuidou – só para variar – dos trabalhos de produção, mixagem e masterização. Além do lyric video trazendo fotos feitas por um dos roteiristas do aguardado longa Ainda Estou Aqui, de Walter Salles.
“Polaroids com vista linda do meu amigo do peito Heitor Lorega. O Adriano Cintra usou ferramentas do capeta para os efeitos especiais”, escreveu Marina Vello ao apresentar seu novo trabalho.
Prato cheio para quem adora se deleitar com sonoridades como janglin’ e dreampop. Confira a seguir.
Biografia meteórica
Marina Vello é uma cantora, compositora e artista visual curitibana que também atende pelo alter ego Marina Gasolina. Foi a linha de frente do Bonde do Rolê, grupo do qual misturava funk carioca e indietronica, entre 2005 e 2007.
Nesse período, ela ganhou o mundo alternativo graças a ótima repercussão do EP Melo do Tabaco (2006) e do aclamado debut, With Lasers (2007). Todavia, ela estava longe de ser uma iniciante. Àquela altura, Marina já havia passado por bandas como Biscuit Pride e Laura’s Problem.
Seu voo solo começa a ser registrado em 2013 com o disco Commando; um ano após estrear o álbum autointitulado do Madrid. Ele é seguido pelo excelente Dispopia, de 2022.
Adriano Ferreira Cintra é um multi-instrumentista, compositor e produtor paulista. Além dos nomes (mais) acima citados, ele coleciona trabalhos com as bandas, I Love Miami, Verafisher, Wedding Swingers, O’hearts e Ultrasom.
Sua projeção para outros mares se deu com o CSS, formação onde era o principal compositor. O que começou como uma piada entre amigos tomou proporções gigantescas após o conjunto assinar com a Subpop.
A linha do tempo segue com o icônico selo relançando o disco de estreia e seu subsequente, Donkey (2008), nos mercados estadunidense e europeu; e turnês mundiais. Entre as apresentações mais importantes, estão os festivais, Coachella 2007, Glastonbury 2007 e 2008, e o ensurdecedor Reading, também em 2008.
Em 2011, é lançado La Liberación, último álbum de Cintra ao lado da banda. Sua saída foi tão conturbada que há um bom tempo vem rolando um embate judicial entre ele e o CSS.
Contudo, o âmbito musical continuou bem, obrigado; assinando projetos e gravando remixes para uma série de artistas. E solo: os fantásticos, Animal (2014), via Deck Disc; Adriano Cintra is Dead (2015), Nine Times (2017), Nine Songs (2017) – este dois cantados em inglês.