Banda de Vila Velha/ES segue o prisma do punk rock e dos filmes de terror
Por Luiz Athayde
A banda LUTO Horror Club finalmente fez sua estreia discográfica com Hellcome nas plataformas digitais. Isso após quase dez anos de demos, singles, trocas de formação e muitos quilômetros rodados dentro do circuito local.
Bem, mas onde? Espírito Santo. Vila Velha, exatamente; cidade conhecida, dentre muitas coisas, pelas enchentes e sua estratosférica especulação imobiliária.
No entanto, aquele perímetro também foi responsável por ter originado uma das cenas punk hardcore mais férteis do Brasil. Sim, citar Mukeka di Rato é inevitável mesmo, tendo em vista ser o maior nome do gênero que saiu dali.
Porém, o disco mais horroroso, no melhor dos sentidos, possui a mesma origem: Hellcome. Trata-se do convite oficial de Bozombie (vocal, guitarra), Danny-ficator (guitarra), Noface Trucker (baixo) e Pumkin Reaper (bateria) ao já conhecido, mas nunca cansativo mundo dos filmes de terror.
Aliás, antigos. Mas também do ícone máximo no âmbito sônico, Misfits, e seus seguidores. A exemplo de The Other, Blitzrid e Calabrese.
O registro compõe nove faixas em menos de meia hora – como manda o modus operandi do punk – e foi gravado no estúdio caseiro de Mário Maia, ex-guitarrista do grupo.
A produção não deve absolutamente nada ao que se ouve de fora do país, mas, tão importante quanto, são as músicas: cativantes do início ao fim.
Todos os elementos necessários para um bom disco desse estilo estão ali, incluindo velocidade, certo peso e melodias sombrias. Vide a (na verdade, super) rápida “Give up and Die”, a carregada “The Night She Died” e “I Don’t Need Salvation”, que está mais para a esfera gótica, dada sua pegada deathrock.
Inclusive o Dia das Bruxas está quase aí, e nada melhor do que entrar no clima agora, com uma trilha sonora à altura.
Ouça Hellcome na íntegra a seguir: