Você está visualizando atualmente Fredag den 13:e levanta a bandeira do crust escandinavo em seu novo álbum “M​ä​nskliga Gr​ä​nstillst​å​nd”

Fredag den 13:e levanta a bandeira do crust escandinavo em seu novo álbum “M​ä​nskliga Gr​ä​nstillst​å​nd”

Banda sueca veio furiosa como nunca em sua história

Por Luiz Athayde

Verdade seja dita: quando o papo é crust, a Suécia é alto padrão. Vide o histórico composto por nomes a perder de vista, como Avskum, Totalitär, Skitsystem, Wolfbrigade… só para mencionar alguns.

Porém, o tiro certeiro da vez se chama M​ä​nskliga Gr​ä​nstillst​å​nd, novo álbum da banda Fredag den 13:e (ou “Sexta-Feira 13”), de Gotemburgo. Cidade gélida como toda a Escandinávia, e especialmente musical em praticamente todas as esferas.

Fredag den 13:e (Foto: Divulgação)

A banda tem origem na classe de 2006, quando cinco caras resolveram mesclar a sonoridade de algumas de suas bandas preferidas, como Anti Cimex, Mob47, Poison Idea e Motörhead.

Como também é comum no subterrâneo, o Fredag den 13:e já sofreu algumas mudanças em seu line-up. Atualmente figuram os guitarristas e fundadores Jacob e Stoffe, o batera Niclas, o baixista Peter e o vocalista G, no grupo desde 2016.

Seu último registro, MMVI​-​MMXIX, saiu em 2020, ou seja, bem no meio da pandemia. Se trata de um EP de quatro faixas, trazendo essencialmente sua marca registrada: hardcore sujo e super rápido.

Para esse lançamento, a impressão que dá é que a carga de ódio só aumentou. Bom, de certa forma foi o que aconteceu: seu novo disco pisa fundo no d-beat – batida criada pelos deuses ingleses do Discharge, moldando para sempre o punk –, na masterização imunda (no melhor dos sentidos, claro) e em vocais extremamente furiosos.

Na verdade, o próprio título do disco já denota tal sentimento. M​ä​nskliga Gr​ä​nstillst​å​nd se traduz livremente como as “condições humanas nas fronteiras”, ou seja, nem é preciso comentar o atual cenário dos refugiados de guerra. Aliás, uma das, já que não é somente a Ucrânia que vive tal pesadelo.


No mais, é a temática que sempre permeou o planeta crust: angústia, tristeza, desesperança… pois é, o niilismo nosso de cada dia, mas que no caso das bandas escandinavas parece ser elevado. Frio constante? IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) alto? Ou olhares fixos para o terceiro mundo?

Ainda bem que não me obrigam a apontar um destaque, porque todas as doze faixas são dignas de audições repetidas. Bom, também tem o fato do disco não passar de 31 minutos de duração.

Mas se for para um cartão de visitas, já comece pelo início mesmo. “En Sömn Utan Slut” é correligionária a atual fase do Wolfbrigade, ou seja, ira no seu momento mais crítico. Embora “Du Lever En Lögn” seja de arrepiar a espinha com aceno explícito ao black metal. Já a parte rock and roll, tão presente das bandas europeias, aqui é representada com “Förlorade År”.

Em suma, disco feito sob medida para ouvidos viciados nas melhores agulhadas sônicas do punk. E de quebra, ainda há uns feixes aqui e ali de melodia. Chuva de pedras total. Discaço.

Ouça M​ä​nskliga Gr​ä​nstillst​å​nd na íntegra:

Este post tem um comentário

Deixe um comentário