Estreia dos industriais germânicos não poderia soar mais barulhenta
Por Luiz Athayde
Estreia oficial dos berlinenses do Einstürzende Neubauten completando mais um ano de barulho na esfera sônica.
Ainda contando como um trio, Blixa Bargeld, N.U. Unruh e F.M. Einheit já vinham de três lançamentos em Cassete pelo carimbo Eisengrau – selo independente pelas integrantes do ato new wave Maria D. O primeiro álbum dos alemães veio pela ZickZack, de Alfred Hilsberg, fundador da Sounds Magazine.
Sob o prisma do experimentalismo de mote industrial, o grupo mesclou as nuances anarquistas do punk com sons rudimentares de sintetizadores e, especialmente, ruídos pela manipulação dos mais variados objetos.
E valia tudo: canos, placas de metal e máquinas que eles mesmos construíam, resultando em um manifesto sônico, dadaísta; contra tudo que envolvia o então Zeitgeist.
Das faixas mais potentes, a “borbulhante” negação em “Negativ Nein”, a hipnótica faixa homônima e uma zoadíssima versão para “Je t’aime”, de Serge Gainsbourg.
As performances costumavam vir com uma dose de caos e destruição. Cortesia dos aparatos que o grupo levava para os palcos. E o resultado não poderia ser outro: Kollaps figura os 1001 Álbuns Que Você Precisa Ouvir Antes de Morrer. Além de ter angariado descrições do tipo “uma das mais chocantes visões criadas em vinil”, via Trouser Press.
No âmbito dos licenciamentos, França somente em 1998, pela Spalax Music; Europa em 2003, via Potomak; e Japão em 2008 pelo carimbo P-Vine Records. Algumas edições em CD constam a versão ao vivo de “Negativ Nein”, gravada no dia 26 de junho de 1987 em Tempodrom, Berlim.
O álbum também ganhou relançamento europeu em digipack, com vários bônus (total de 24 faixas) extraídos da reedição de 2000 do Cassete de 1982, Stahldubversions.
MASTERPIECE!!!