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Curve: neste dia, em 1992, “Doppelgänger” era lançado

Além de estreia discográfica, era o começo de nuances mais industriais no shoegaze

Por Luiz Athayde

No mapa-múndi do shoegaze, o dreampop está quase sempre presente, desde os dias iniciais deste efeito colateral do rock alternativo.

E neste dia, na classe de 1992, o duo britânico Curve, já contando com um punhado de EPs, lançava seu primeiro álbum, Doppelgänger.

Saído do forno pelos carimbos Anxious e Charisma, o registro de estreia foi gravado entre julho e outubro de 1991, no Todal Studios em Londres, e contou com a assinatura do renomado produtor Flood – Depeche Mode, U2, Nitzer Ebb, New Order e lista interminável… – nos botões.

Toni Halliday e Dean Garcia: Curve (Foto: Reprodução)

O resultado? Uma injeção sônica direto nas veias do noise pop, que reverbera até os dias de hoje na linha tênue entre o subterrâneo e a superfície.

Dos nomes influenciados que fizeram sucesso, inclusive muito maior que eles, está o Garbage, que extraiu o que achou de melhor e reprocessou na grande máquina da música pop.

As críticas também foram para lá de favoráveis, como a Musician se referindo ao disco de maneira efusiva: “A pulsação espessa e psicodélica do Curve cruza a agressão electro beat do Front 242 com o zumbido embaçado da guitarra do Lush, em uma abordagem que permite à banda as vantagens de ambos os estilos, sem necessariamente se afetar abertamente com nenhum dos dois.”

Ou a Q Magazine, que disse: “Uma estréia estrondosa e sutilmente melódica abafou os críticos e, embora isso tenha ocorrido mais de dois anos depois, o Garbage, que vendeu milhões, certamente aprendeu algo”. Sem dúvidas.

Das famosas listas de “melhores”, alguma posição entre os 10 Álbuns Essenciais de Shoegaze ‘Não-Loveless [My Bloody Valentine], em 2014 e 40º lugar no Top 50 (shoegaze) do site Pitchfork, em 2016.

O núcleo criativo Toni Halliday e, especialmente, Dean Garcia, também assinaram uma quantidade razoável de projetos aos longo dos anos, e ainda editaram álbuns relevantes dentro do Curve, mas nada que superasse o chapisco sonoro espirrado pelas 10 canções que compõem um dos mais seminais petardos da classe de 1992.

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