Quarto álbum traz os ventos gelados da Antártida ao trio seminal do selo 4AD
Por Luiz Athayde
Há 34 anos e algumas boas estações, os escoceses do Cocteau Twins lançavam seu álbum de número 4 da discografia sob temperaturas negativas.
Victorialand foi editado pelo necessário carimbo 4AD e contou com artista residente, Vaughan Oliver (12/09/1957-29/12/2019) na assinatura da bela capa.
O título do álbum faz referência a região da Antártida chamada Victoria Land – da rainha Vitória e a reivindicação britânica ao continente, atualmente em hibernação sob o tratado internacional.
Foi um registro que, mesmo sem contar com Simon Raymonde, que se encontrava focado no álbum Filigree & Shadow, do projeto colaborativo, This Mortal Coil, sofreu pouca ou nenhuma alteração no cerne da sonoridade, tradicionalmente etérea.
A produção ficou a cargo da vocalista Elizabeth Fraser e o guitarrista/produtor, Robin Guthrie, dando ênfase em um som mais amplo e expansivo.
Um dos resultados dessas ambientações está no livro que acompanha a série documental da BBC, The Living Planet (“O Planeta Vivo”), de 1984, com títulos das faixas emprestadas para figurar o texto; por exemplo, “Throughout the dark months of April and May, the birds display to one another and finally mate” (“Durante os meses sombrios de abril e maio, os pássaros se exibem e finalmente acasalam”), na página 54.
Quanto aos licenciamentos, Victorialand teve lançamento em CD, Cassete e LP, essencialmente no continente europeu, na América do Norte e em alguns países da Ásia, assim como a Oceania.
Na América do Sul, a Argentina saiu na frente como único país a editá-lo em vinil e em cassete, via DG Discos. No Brasil o álbum só chegou no ano 2000, no formato CD (remasterizado) via Roadrunner Records.
Ainda:
+ Há uma versão instrumental não creditada de “Oomingmak” ao final da compilação videoclíptica da 4AD, Lonely Is an Eyesore. A mesma foi posteriormente disponibilizada na caixa de singles da banda, pela 4AD, em 1991
+ Quem assina o saxofone no álbum é Richard Thomas, da banda pós-punk, Dif Juz.