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Autumn Tears / Zeresh – Widowing / Possessing [Split]

Excelência do Neoclassical Darkwave e a guerreira do Neofolk se juntam em um registro curto, mas promissor

Por Luiz Athayde

Desde que encerrou um hiato discográfico de 12 anos, o cultuado ato neoclassical darkwave, Autumn Tears, simplesmente não parou. De 2019 para cá, o compositor e multi-instrumentista, Ted Tringo e cia, editaram três álbuns.

Em outra mão, uma das integrantes dessa formação, a cantora e compositora israelense, Tamar Singer, traz dois discos cheios com o Cruel Wonders, e outros três trabalhos com o Zeresh, sua mais recente cria. Seu prisma? Neofolk; sombrio, melódico, acústico e por vezes experimental.

Em uma jogada mais que óbvia, nada tão natural como um registro colaborativo entre os dois nomes, e eis que recentemente surgiu, por carimbo independente, o Split Widowing / Possessing.

Do lado da mega (no sentido quantitativo) banda norte-americana com membros de várias partes do mundo, faz-se quase que desnecessário qualquer comentário, tendo em vista que desde os primeiros álbuns, ainda nos anos 90, eles são uma excelência na esfera mais sinfônica e operística da música gótica.

Widowing soa como se encomendado para alguma trilha dramática hollywoodiana, com toda a pompa e maestria que aquele perímetro pede, bem como a destreza de Tringo, que está “nessa” há longos anos. Suas 7 faixas – iniciando com “The Stigma of Serenity” e encerrando na faixa homônima – são uniformemente ligadas entre si, formando uma única peça.

Já em Possessing, Singer buscou dar continuidade ao que vem fazendo em seus projetos paralelos, sem nenhuma surpresa. A atmosfera obscura está toda ali, presente, como nuvens cinzentas, em constante movimento.

E essa sensação também é endossada pela ‘dança’ feita entre seus vocais e os violinos, assinados por Sara Krasemann. Embora ainda participem o músico belga, Déhà, e o compositor Davidavi Dolev. Também nota-se uma aura mezzo doom metal, dada as distorções apresentadas, mais como nuances. Destaque absoluto para a faixa-título, onde o viés acústico se sobressai, permitindo Tamar Singer dar vazão ao potencial melódico da canção.

Levando em consideração que estamos diante de uma parceria que se configura como o nicho do nicho, o resultado final é excelente, e merece ser ouvido além das fronteiras do subterrâneo. Ainda assim, ele vale como uma boa seleta para apreciadores de nomes como Haggard, Angizia e correligionários.

Ouça Widowing / Possessing na íntegra no Bandcamp. Ou abaixo, pelo Spotify:


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