Captured Tracks libera ‘Hold’ no fim do mês de outubro em CD, cassete e LP
Por Luiz Athayde
O Wild Nothing está de volta. Após um hiato discográfico – sem contar, claro, o EP ‘Laughing Gas’, de 2020 – de cinco anos, Jack Tatum irá soltar, em 27 de outubro via carimbo Captured Tracks, o álbum Hold.
É para lá de comum dizer que o tempo é transformador quando o assunto é nossa psique. Entretanto, com o artista de Virgínia, Estados Unidos, a coisa foi mais a fundo no âmbito musical. Em sua essência, o discorrer das onze faixas tratam de seu momento existencial.
Para tal, leia-se: confinamento em função da pandemia; mas também paternidade, casamento. Como em “Headlights On”, single escolhido para ditar as rédeas do aguardado lançamento.
“É uma canção divertida, mas, liricamente, é sobre minha mulher e eu passarmos por um dos piores momentos da nossa relação”, disse Tatum. “Não sei porquê, mas sempre me senti atraído por este tipo de justaposições e por encontrar estes equilíbrios.”
A faixa flerta impiedosamente com a trilha sonora das pistas de dança do fim dos anos 80/começo dos 90, em especial a acid house. Além de trazer respingos de breakbeat. Fruto, na verdade, da parceria com os colaboradores de longa data, Jorge Elbrecht, Tommy Davidson (Beach Fossils), e da musicista australiana Harriette Pilbeam – ela mesma, Hatchie.
O videoclipe tem direção assinada por Nathan Castiel, e mostra uma típica aura retrô, comum à obra de Tatum. “O que é maravilhoso em ser alguém que está obcecado com a música dos anos 80 e que faz música em 2023 é que eu não vivi essa época. Por isso, não tenho nada a ver com o que era legal ou não”, revela o músico, esbanjando honestidade.
Assista ao clipe:
Todo o processo criativo, bem como a produção de Hold leva a assinatura de Jack Tatum. Uma questão de necessidade, tendo em vista o período pandêmico. “Mais do que tudo, este disco lembrou-me de trabalhar no meu primeiro LP. Estar verdadeiramente fechado nesta sala, sozinho, sem qualquer contributo durante tanto tempo”, afirmou.
Tendo o grosso em mãos, seu próximo passo foi levar as músicas a Andrian Olsen para gravar a bateria e “preencher as lacunas” no estúdio Montrose Recording, em Richmond.
Ao contar sobre a escolha da mix, Tatum fez questão de apontar para seu norte na hora de compor:
“Procurei o Geoff porque queria encontrar alguém que me pudesse ajudar a tornar este som tão grande quanto possível. Sempre me senti muito inspirado e atraído pelas grandes bandas dos anos 80. Peter Gabriel e Kate Bush são duas das minhas maiores influências de sempre porque claramente nunca se afastaram desse tipo de ambição.”
Porém, isso não o impediu de ampliar o leque do gosto musical. Ele contextualiza: “Trazer uma nova vida ao mundo muda drasticamente a forma como a gente se define e qual é o nosso objetivo”.
“Antes, eu me envolvia tanto com minha música e em tudo isso, na escrita, nas viagens. Era isso que eu pensava que era. O duplo golpe de ter um filho e não poder continuar a fazer isso expôs muito do que é importante para mim. Me fez compreender muito melhor porque é que as pessoas gravitam em torno de crenças divinas ou porque é tão bom tentar ter uma resposta
“No início da pandemia, quando o meu filho ainda era bebê, uma das poucas coisas que estranhamente achei que me acalmava era a dance music. Fiquei muitas noites sem dormir, acordado com os fones nos ouvidos, com o meu filho dormindo ao meu lado. Entretanto, eu ouvia [o duo eletrônico] Underworld. De alguma forma, isso fazia com que o meu cérebro se acalmasse”.
Em setembro o Wild Nothing já cai na estrada para divulgar o álbum. Até o momento, o giro passará por nove cidades dos Estados Unidos.
A pré-venda de Hold já está valendo em todos os formatos físicos possíveis. Acesse este link. Abaixo, mais detalhes incluindo a arte da capa, bem como lista completa de faixas.
01 Headlights On [ft. Hatchie]
02 Basement el Dorado
03 The Bodybuilder
04 Suburban Solutions
05 Presidio
06 Dial Tone
07 Histrion
08 Prima
09 Alex
10 Little Chaos
11 Pulling Down the Moon (Before You)
Pingback: Wild Nothing traz soluções para a classe média americana em “Suburban Solutions” - Class of Sounds
Pingback: Wild Nothing – Hold - Class of Sounds