A bola da vez são “Neverland” e “Blue”, de 1995 e 1996 respectivamente
Por Luiz Athayde
Dois dos álbuns mais ‘apagados’ da discografia do The Mission irão ganhar reedições em LP no próximo dia 30 de agosto. A nova versão de Neverland, de 1995 virá em vinil transparente e Blue, lançado em 1996, sai em vinil azul; ambos 180 gramas.
Considerado por alguns fãs mais tradicionais os ‘piores’ álbuns do The Mission, Neverland e Blue inauguram uma orientação mais hard rock/alternativa da banda liderada por Wayne Hussey, assim como o começo da “era Thwaite”, ou, o guitarrista Mark Gemini Thwaite, que recentemente figura a formação da banda de Peter Murphy (Bauhaus).
Ao comentar sobre os dois álbums, Wayne
e Mark lembraram aqueles dias.
“Esse é o som da banda lambendo suas
feridas. Dois integrantes originais – Craig & Simon – haviam se aposentado
e foram substituídos por MGT na guitarra, Andy Cousin no baixo e a adição de
Rik Carter nas teclas. É o primeiro álbum que eu tive que co-produzir com o
engenheiro Joe Gibb. Um álbum de vinil duplo que deveria ter sido apenas um
single. Mas, de novo, tem algumas melodias muito refinadas – Raising Cain,
Swoon, Afterglow, e Daddy’s Going To Heaven Now, para citar apenas quatro.”,
disse Wayne.
“Este foi o meu álbum de estréia com o poderoso Mission, o primeiro de quatro ou cinco álbuns de estúdio trabalhando com a banda ao longo dos anos. Estávamos escondidos em Wapley Barn, na fronteira com o País de Gales, no início dos anos 90, Wayne montara seu equipamento de gravação e um monte de ADATs em uma casa de fazenda e havia ovelhas me acordando pela manhã. Eu senti como se tivesse me juntado ao Led Zeppelin. E isso foi uma coisa boa…”, relembrou um empolgado Mark Thwaite.
Já em Blue, ambos assumiram que foi arriscado “chutar o balde”.
Wayne diz: “Este é o álbum mais cru que
já gravamos, tanto em som quanto em conteúdo emocional. As músicas narravam um
casamento e uma banda, mas foi apenas em retrospecto que se tornou evidente
para mim. Todas as pistas estão ali nos títulos das músicas e letras, mas eu
tinha minha cabeça tão profundamente enterrada na areia no momento em que eu
não reconheci isso como tal. Entre o desespero há algumas jóias reais aqui: ‘That
Tears Shall Drown The Wind’, ‘Drown In Blue’ e ‘Damaged’ são os destaques para mim.”
Mark: “Após a resposta decepcionante de Neverland, Wayne decidiu corajosamente experimentar um novo direcionamento da banda em Blue, nosso disco subsequente de 1996. Há ecos do que estávamos ouvindo na época, incluindo PJ Harvey, Radiohead, Oasis e a cena britpop que havia explodido na época. Liam Gallagher chegou a aparecer no backstage de um de nossos shows em Paris e se declarou um fã… Os favoritos incluem ‘Drown in Blue’ e ‘Dying Room’. Blue era um álbum corajoso e cru, mas nós podíamos sentir que tudo não estava bem e depois das fracas vendas e resposta a este álbum, Wayne se separou do grupo e se mudou para os Estados Unidos.”
Para “puxar o carro”, algumas cópias autografadas de ambos os discos estão disponíveis na loja virtual da banda. Acesse aqui.