Os anos 80 caminhavam para o fim, bem a sonoridade suja
Por Luiz Athayde
Neste dia, na classe de 1989 a banda escocesa The Jesus and Mary Chain soltava seu terceiro álbum Automatic, e com significativas diferenças em relação ao clássico Darklands, de 1987.
Centrado como sempre nos irmãos Jim e William Reid, o line up incluía o sideman (músico contratado) Richard Thomas, que já vinha de credenciais do quilate dos álbuns Victorialand, do Cocteau Twins, e Filigree & Shadow, do This Mortal Coil; ambos de 1986. Além de ter feito parte do Dif Juz.
O disco foi gravado no estúdio Sam Therapy em Londres e teve produção naturalmente assinada pelo duo. Alan Moulder (Ride, My Bloody Valentine, Marilyn Manson, Nine Inch Nails, etc) auxiliou a dupla como engenheiro de som.
Das dez faixas, duas ganharam singles: “Blues from a Gun” (setembro de 1989) e “Head On” (novembro de 1989), sendo o primeiro se saindo melhor, alcançando a 32ª posição na parada britânica, e também foi o maior êxito da banda nos Estados Unidos.
E isso em meio a uma enxurrada de críticas – antecipando a década de 90, ditando uma sonoridade mais guitarrística –, especialmente em função da bateria eletrônica e o baixo sintetizado. Ou seja, limparam a sujeira de outrora e enxugaram o som, deixando mais compacto e direto ao ponto.
Ainda assim, o registro passou no teste do tempo, com veículos especializados observando o mesmo sob outro prisma. O site Pitchfork é um bom exemplo, escrevendo em 2006 que “a sabedoria convencional chama [Automatic] erroneamente de o fracasso” de sua discografia, que “parece [ser] um ponto alto da carreira”.
No mais: 105º lugar na Billboard 200 ianque, 89ª posição na Austrália, número 42 na Suécia e 11º na parada britânica dos álbuns mais vendidos.
E lançamento mundial, focado na América do Norte, Japão e Europa. No Brasil o selo dos caras, Blanco Y Negro, licenciou via WEA somente em vinil, em 1989. A edição em CD (gringa) inclui as faixas “Drop” e “Sunray”.