Lançamento aquece para o próximo álbum, ‘Arctic Moon’
Por Luiz Athayde
Promessa é dívida, e a banda britânica de pós-punk/rock alternativo The Chameleons acabou de cumprir lançando o EP Where Are You? na praça.
Trata-se de seu primeiro sinal de fumaça em 23 anos. Ou, desde o álbum Why Call It Anything? (2001). Por falar nesse formato, o registro também serve como uma palinha do aguardado disco, Arctic Moon, ainda sem data de lançamento.
O vocalista, baixista e linha de frente Mark Burgess comentou (via Stereogum):
“É empolgante finalmente estar lançando material novo do Chameleons pela primeira vez em mais de vinte anos, embora no início eu tenha achado isso bastante assustador.”
Ele acrescenta revelando uma curiosidade:
“A pergunta sobre música nova é a que mais ouça das pessoas que vão aos shows, muitas das quais sequer eram nascidas quando esses discos foram feitos originalmente, mas mesmo assim ficaram entusiasmadas e inspiradas pela música a ponto de assistir a vários shows em várias turnês.”
Ainda segundo Burgess, a retomada camaleônica ocorreu logo após o período crítico da pandemia.
“Quando passamos pela COVID, Reg [Smithies, guitarrista] e eu tínhamos uma banda muito sólida, pessoas em cujo talento confiávamos para trazer o melhor de todas as ideias que conseguíssemos fazer decolar. Pela primeira vez desde a morte do [baterista] John [Lever] e a saída de Dave [Fielding], senti que éramos uma banda de verdade, capaz de criar músicas interessantes e empolgantes.”
Aproveitando o ensejo, Burgess atualiza o status de Arctic Moon:
“Neste momento, estamos na metade do trabalho, mas todos na banda já estão empolgados com o que estão ouvindo. Conseguimos transcender os limites de nosso próprio legado e finalmente criar algo novo. Sem dúvida, é o Chameleons para todos que ouviram a direção que a banda está tomando agora.”
Um retorno às atividades não é completo sem pé na estrada, e é exatamente o que o reformulado grupo fará nos próximos meses. A começar pela América do Norte. Os Chameleons irão celebrar seu clássico de 1986, Stranger Times, juntamente com outras músicas da carreira.
“Inicialmente, eu não era um grande fã de turnês tocando álbuns na íntegra. Em vez disso, eu acreditava que elas deveriam ter sido confinadas a eventos únicos e especiais”, disse Burgess.
“A apresentação de Strange Times mudou minha opinião. Por um lado, o álbum marcou uma evolução significativa da banda, tanto em seu som quanto na maturidade da composição. Em segundo lugar, é um álbum desafiador para ser executado ao vivo e, portanto, é muito mais divertido de tocar. No final das contas, estamos ansiosos para recriar esse álbum em particular para nossos fãs norte-americanos!”, concluiu.
Voltando ao EP, suas três composições trazem claramente o DNA do grupo formado em Manchester, na classe de 1981. Alternativo na essência, como se 2024 acenasse para o som de Liverpool dos anos 80; folk de aura pós-punk, ou vice-versa. Depende da faixa que você, ouvinte, se deparar.
Ouça Where Are You? a seguir.