Músico e produtor alemão lutava contra o mieloma múltiplo há mais de quatro anos

Por Luiz Athayde

Baixa pesadíssima na esfera psychedelic/space/post-rock. Morreu nesta terça-feira (13), Steffen Weigand, baterista e produtor da banda alemã My Sleeping Karma, após perder a batalha contra o mieloma múltiplo, um tipo raro de câncer que afeta células da medula óssea.

A notícia foi confirmada pela banda, que postou um comunicado nas redes sociais. Leia a seguir:

“Prezada família MSK,

É com grande pesar que informamos que nosso irmão Steffen faleceu esta manhã, cercado por seus entes queridos.

Nossos pensamentos e nossas mais profundas condolências estão com sua família.

Estamos com o coração partido e não temos mais palavras neste momento.”

Weigang lutava contra a doença há mais de 4 anos, e sua esposa, Elly Krauthammel-Weigand, havia lançado uma campanha de financiamento coletivo através do GoFundMe para arcar com os custos do tratamento.

Em dezembro de 2022 a meta de 50 mil euros foi batida e ela não somente agradeceu, atualizou os fãs e amigos com um vídeo seu tocando uma faixa de seu último álbum de estúdio, Atma, lançado em julho do mesmo ano.

“Almas queridas que estão por aí! Gostaríamos de agradecer a cada doador novamente, do fundo de nossos corações”, diz no comunicado. “Sua generosidade e apoio moral são simplesmente incríveis!

Isso pode ser interessante apenas para músicos – bateristas em particular – mas Steffen queria, pelo menos de alguma forma, mostrar sua gratidão gravando um vídeo do single “Prema” quando seu tratamento deu uma pausa. Divirtam-se assistindo!”

Steffen foi baterista, produtor e membro fundador do My Sleeping Karma, banda instrumental gerada em Bayern, das cinzas do The Great Escape. O line-up também inclui o baixista Matthias Vandeven, o tecladista/guitarrista Norman Mehren e o guitarrista Seppi. Juntos lançaram seis álbuns de estúdio – começando pelo autointitulado de 2006 –, e o ao vivo Mela Ananda, de 2017.

A força motriz das composições foi desenvolvida a partir de referências psicodélicas, do space rock, stoner e também do post-rock. Embora outrora a banda tenha citado nomes como Slayer, Tool e Iron Maiden, em especial o álbum Seventh Son of a Seventh Son (1988), como suas grandes influências.

Esteticamente, os elementos presentes são do budismo e hinduísmo, ainda que não sejam uma banda religiosa. “Criamos música em nossa sala de ensaio. É a música que queremos tocar. Nós simplesmente improvisamos. As coisas do budismo e do hinduísmo vieram depois”, disse Seppi ao portal Shoot Me Again em 2012.