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Projeto post-rock/industrial Throe lança novo EP; “O Enterro das Marés”

Ato sônico de São Paulo estende o que vem fazendo desde o pandêmico ano de 2020

Por Luiz Athayde

Há longos anos, quando conheci o som da banda americana Slint, eu não poderia imaginar que seu desdobramento teria uma ponte no universo metálico. Porém, com surgimento dos islandeses Sigur Rós, tudo fez mais sentido.

Mas música tem dessas coisas. E é justamente isso que a torna interessante. Há nomes do doom metal, quando melódicos, que flertam com a mesma sonoridade hoje chamada com mais afinco de post-rock.

De qualquer maneira, em 2023 isso pouco importa. Especialmente quando a cada piscar de olhos, aparecem bandas pouco preocupadas em soar de uma só maneira. Como o Throe, de São Paulo.

Formado em 2020 pelo guitarrista Vina (Huey), o projeto apresenta uma visão particular da correlação entre o já citado post-rock, e a música industrial; seja ela por vias experimentais ou apenas se atendo ao metal.

Vinicios Castro ou Vina, mentor do Throe. (Foto: Régis Bezerra)

Até aqui são seis trabalhos editados, incluindo o EP O Enterro das Marés, recém-chegado via carimbo Abraxas Records – selo dos mais impactantes da cena nacional, especializado em falanges pesadas, sujas e/ou psicodélicas.

O registro foi gravado no Tori Studio, em São Paulo, mesmo endereço do álbum Throematism (2021). A produção tem assinatura conjunta com Marco Nunes (Chaosfear, Genocidio, Sacrifix), também responsável pela mixagem e a masterização.

A resultante disso foi um trabalho de três faixas, onde o autor endossa o que na verdade vem fazendo desde sua gênese. Embora o foco na faixa de abertura, “Hope Shines in the Autumn Light”, seja criar ambiências provindas do drone, shoegaze e até mesmo do ambient pop.

Caso se perca, apenas conecte a nomes como Jesu (“Conqueror” e “Christimas” são ótimas referências), Ride e Mogwai. Seus pouco mais de 14 se mostram uma grande viagem.

Em “Bleed Alike”, parece que estamos diante de um b-side do lendário Godflesh. Enquanto “Renascente” endossa o lado de Vina como um criador de paisagens sonoras, também (e perfeitamente) possíveis em longas de drama.

Em suma – e aproveitando que estamos na era do imediatismo –, se deseja viajar por uma linha específica do tempo, adicione todas as bandas aqui citadas à sua playlist. Mas, principalmente, comece com O Enterro das Marés; é o Throe resumido e ao mesmo como um leque aberto a novas possibilidades.

Ouça o EP na íntegra a seguir:

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