A Acid House tomava de assalto as composições do grupo de Manchester
Por Luiz Athayde
Mais uma vela no bolo de aniversário do quinto álbum da banda natural de Manchester, Inglaterra: New Order.
Há anos contando com influências eletrônicas em sua sonoridade, Technique marca o mergulho de Bernard Sumner, Gillian Gilbert, Stephen Morris e, principalmente, Peter Hook, na emergente e envolvente cena da acid house. As gravações tiveram início no estúdio Mediterranean em Ibiza, Espanha, onde foram procrastinadas graças a agitada vida noturna do lugar. A tecladista Gilbert comentou:
“A gente tinha Mike (Johnson, engenheiro) conosco, então sempre havia alguém fazendo alguma coisa, mas foi o começo de não estarmos juntos no estúdio quando estávamos fazendo as coisas. Era como, ‘oh, você faça sua bateria hoje, e eu farei os vocais logo mais à noite…’ As músicas estavam meio que lá, mas faltavam grandes pedaços. Você deixava blocos e dizia: ‘você vai preencher isso? Estou fora agora .”
Segundo Sumner, após quatro meses na badalada cidade, somente “20% do disco estava pronto”, então, a solução foi voar para Londres e finalizá-lo no estúdio de Peter Gabriel, oReal World Studios.
O resultado agradou a banda, o público e boa parte da crítica. Para Hook, “Technique soa fantástico […] considerando que não é um disco de dance music de Ibiza. Eu acho que pega um som de verão realmente brilhante”.
No âmbito crítico, estão portais como o AllMusic, rasgou o álbum em elogios dizendo que se tratava de “outro disco clássico” do New Order. Além de ressaltar que os “instintos de misturar rock e dance music contemporâneo resultaram em outro LP confiante e soberbo”.
A lendária Melody Maker se referiu ao registro como “um triunfo raro e arrebatador”, enquanto a icônica New Music Express escreveu que o grupo “criou um LP de honestidade inabalável, livre das máscaras de identidades faltas de seu passado”.
Também, pudera: Technique apresenta uma mescla coesa de rock alternativo e música eletrônica. Entre os destaques está o single “Round & Round” – não à toa, música de trabalho.
Este foi o primeiro álbum do New Order a alcançar o número um nas paradas do Reino Unido. Ainda assim, o último a ser carimbado pela Factory Records. A gravadora de Tony Wilson declarou falência em 1992, causada especialmente pelo fracasso comercial do disco Yes Please!, dos (então) nóias do Happy Mondays.
Quanto aos licenciamentos, o Brasil teve sua vez com duas prensagens em vinil (Qwest Records e WEA) e cassete (Factory Records) no ano do lançamento mundial.