Banda alemã de industrial é uma das promessas dos sons de vanguarda
Por Luiz Athayde
A banda alemã de música industrial/de vanguarda Lolita Terrorist Sounds mal surgiu e já angaria uma série de elogios no meio alternativo.
De gente ligada a Nick Cave & The Bad Seeds aos Screaming Trees, o senso comum é que se trata de um nome que trouxe os sons experimentais dos anos 70 e 80 para o agora. Mais que isso: as chances de içar voos maiores são quase que certeiros.
Eles se referem ao álbum seu álbum de estreia, St. Lola, recém-editado por carimbo independente. São apenas sete faixas, que certamente se amplificam para, no mínimo, o dobro.
As músicas apresentadas no registro foram reunidas em um antigo prédio mal-assombrado de Berlim Oriental, usado pelos serviços secretos durante a época do muro. O mentor, Maurizio Vitale, gravou e produziu nesse lugar que ele considera muito especial, adotando uma abordagem esotérica em relação à música:
“Usei uma quantidade limitada de microfones antigos e equipamentos analógicos para capturar e preservar a aspereza instintiva da música. Foi mais uma questão de capturar a magia do momento e o lugar histórico onde as músicas foram concebidas do que fazer um disco polido.”
Seu cartão de visitas também contou com convidados especiais: Kristof Hahn, guitarrista da lendária formação experimental/post-punk americana Swans, e o falecido Bob Rutman (Spacebow, U.S. Steel Cello Ensemble). O line-up ainda inclui Roderick Miller no piano e Simon Goff na guitarra.
Tudo que envolve música experimental envolve algumas referências aos ouvidos pouco ou nada acostumados. Dito isso, nomes como Einstürzende Neubauten, PJ Harvey, Thåström, Faust e Iggy Pop se fazem presentes na sua obra recente. Aliás, Vitale já trabalhou com todos os citados.
Somente daí é possível notar a abordagem sonora. Porém, o espelho de Vitale reflete uma sonoridade que está longe de ser nostálgica. Pelo contrário. Até porque não haveria sentido a etiqueta “avant-garde” estar inserida no seu trabalho se fosse diferente.
Um dos momentos mais instigantes está em “Mind the Gap”, que inclusive acompanha videoclipe. Ela soa interessante por fazer a ponte pós-punk entre a dramática e krautrock “Red Carpet” e o noise/industrial de “Curse”.
Confiras a seguir:
Para ter a experiência completa, ouça o álbum St. Lola na íntegra acessando o Bandcamp. Registro também se encontra disponível no formato CD.