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Jacques Bailhé cria seu próprio padrão de jazz no álbum “Shiva in Flagrante”

Músico americano cria ambiências baseadas em experiências com trilhas sonoras e experimentalismos

Por Luiz Athayde

Muito do que a gente vê, ou melhor, ouve no jazz se bifurca em algo mais tradicional ou para o experimentalismo. Entre o sempre delicioso arroz com feijão e a prepotência se soar vanguardista, surgiu Shiva in Flagrante, álbum de estreia do músico e multi-instrumentista Jacques Bailhé.

Jacques Bailhé (Foto: Divulgação)

Radicado em Los Angeles, seu background inclui anos excursionando como baixista da banda Big Lost, e compondo trilhas para filmes e comerciais, incluindo o parque temático da atriz e cantora Dolly Parton, “Dollywood”.

Cortesia de sua formação em Produção Cinematográfica no Art Center College of Design, mas principalmente por sua vivência no meio, trabalhando diretamente com compositores, atores, engenheiros de som e publicitários no voraz mercado da ‘cidade dos anjos’.

Ainda assim, grande parte do lado de Jacques como músico, é autodidata: guitarra, bateria, piano, teclado e cítara são alguns dos instrumentos que ele toca e claro, lançou mão neste trabalho regado a ambiência, melodias e até mesmo doses de mistério – aquela coisa de cinema.

“Porque é que tantos compositores parecem abandonar a melodia é difícil para mim compreender. Não será provavelmente o aspecto mais poderoso da música? Eu não penso muito em acordes. Parece que trabalho a partir de linhas melódicas independentes na tradição do contraponto”, diz Bailhé dando a deixa de como soa seu disco.

Na mitologia hindu, Shiva é uma entidade destruidora e regeneradora da energia vital. E a sensação ao ouvir a estreia discográfica de Jacques é de que o músico visa destruir os padrões do jazz e criar um novo que seja palatável, ainda que de modo singular, a todos os ouvidos.

As 10 faixas instrumentais te levam à uma viagem única, por vezes transcendental, dependendo do seu grau de sensibilidade. No entanto, as mesmas trazem suas particularidades. Basta ouvir na sequência. De “In the Alley”, com seu jazz fusion meio Nils Petter a “The Facts of Creation”, juntar música progressiva e espacial.

Em suma, disco mais que indicado se seu mote é desafiar seus ouvidos a parâmetros não muito convencionais. Como é o nosso caso.

Ouça Shiva in Flagrante na íntegra a seguir:

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