Ingleses de Essex mergulhavam cada vez mais no universo dark
Por Luiz Athayde
Hoje, mais um clássico dos sons eletrônicos faz aniversário. Black Celebration é o quinto álbum de estúdio da banda inglesa de synthpop Depeche Mode, e o primeiro a mergulhar de forma mais profunda em uma sonoridade mais obscura.
Editado neste exato dia, na classe de 1986, o viés dark do registro deve e muito ao músico e produtor Alan Wilder, entrosado com Dave Gahan, Martin L. Gore e Andrew Fletcher desde 1982.
As gravações ocorreram entre novembro de 1985 e janeiro de 1986. Elas se dividiram entre os estúdios Westside e Genetic em Londres, Inglaterra; e o mítico Hansa Mischraum, em Berlim, Alemanha. A produção é do combo assertivo composto por Gareth Jones + Daniel Miller (mentor da Mute Records) + a própria banda.
Das 11 faixas, 4 se tornaram singles bem-sucedidos: “Stripped” (10/02/1986), “A Question of Lust” (14/04/1986), “A Question of Time” (11/08/1986) e “But Not Tonight” (22/10/1986). Inclusive, esta figura a trilha sonora do filme Garotas Modernas, de Jerry Kramer, lançado naquele ano.
Prova desse sucesso foi a alta posição no número de vendas. No Reino Unido, Black Celebration chegou ao 4º lugar. Por outro lado, as críticas foram polarizadas. A Melody Maker escreveu que o álbum parecia “um bichano desesperado para parecer pervertido como uma fuga da superficialidade do estrelato adolescente”.
Já a New Music Express se referiu ao disco como “melodias de quebra-cabeças perfeitamente construídas”, e concluindo: “Quando as músicas abordam outros tópicos que não o estado de espírito do compositor – como na exploração evocativa da solidão que é ‘World Full of Nothing’ – o Depeche Mode soa como muito mais do que apenas um melodrama de alta tecnologia e de baixa qualidade de vida.”
Dada a receptividade ao longos dos anos, seria óbvio dizer que Black Celebration ainda é um dos álbuns mais influentes da esfera eletrônica. Trent Reznor, líder do Nine Inch Nails, é um dos inúmeros artistas que citam a importância do disco em seus trabalhos. Caso de Pretty Hate Machine, que ele disse ter sido diretamente influenciado pela obra dos britânicos.
No âmbito dos licenciamentos, valer citar a reedição em digipack CD+DVD. Ele contém o álbum remasterizado, mais os b-sides: “Breathing in Fumes”, “But Not Tonight (extended remix)” e “Black Day”. O DVD inclui o Black Celebration na íntegra em áudio DTS 5.1 e o documentário envolvendo aquele período do grupo. Além de faixas ao vivo.