Era a estreia de um grupo que anos mais tarde iria dominar o mundo
Por Luiz Athayde
E lá se vai mais um ano desde a estreia discográfica de um dos maiores nomes do synthpop/alternativo de todos os tempos.
Antes, um embrião no desfecho dos anos 1970: Vince Clarke e Andrew Fletcher assinavam como No Romance in China. Depois, sua continuação sob a alcunha Composition of Sound. Este, já com Martin Gore na formação.
Por fim, a entrada de Dave Gahan para compor definitivamente os vocais: O Depeche Mode se preparava para soltar sua estreia no mercado sônico: Speak & Spell.
Um pouco antes disso (e após algumas ofertas de selos maiores), Daniel Miller, da Mute Records, demonstrou grande interesse na banda, propondo gravar um single como uma espécie de “test drive”.
Em dezembro de 1980, gravam “Dreaming of Me” e lançam em fevereiro de 1981, alcançando o 57º lugar nas paradas do Reino Unido. Animados pela ótima receptividade, engatam “New Life”, que chega ao 11º lugar no quintal de casa, e ainda rende aparição no Top of the Pops.
No entanto, seu primeiro grande sucesso veio em 7 setembro de 1981. “Just Can’t Get Enough” alcança o Top 10 com direito a boas críticas. Embora o grupo ainda estivesse distante de se infiltrar no mercado americano.
Poucas semanas depois sai o primeiro disco. As composições majoritariamente de Vince Clarke, então força motriz do grupo. A capa é assinada pelo fotógrafo Brian Griffin, e faz uma alusão ao brinquedo homônimo (Speal & Spell).
O álbum foi muito bem na crítica especializada, em uma média de 4 estrelas de 5. Quanto ao público, 10º lugar no Reino Unido, número 21 dos álbuns mais vendidos na Suécia, 45º posição na Nova Zelândia, cadeira número 49 na Alemanha e 192 na Billboard 200 americana. E mais: Disco Ouro na Suécia, Alemanha e em casa.
No relançamento remasterizado em CD+DVD com bônus, constam os B-sides: “Ice Machine”, “Shout!”, “Any Second Now” e “Just Can’t Get Enough (Schizo Mix)”. Além da primeira parte do documentário contando a história da banda, intitulado Depeche Mode: 1980-81 (Do We Really Have to Give Up Our Days Jobs?).
Já na original, faixas ordenadas de forma diferente de acordo com a edição. “I Sometimes Wish I Was Dead” (faixa 2) é substituída por “Dreaming of Me” (Fade-out version) na edição alemã em LP e CD.
Por outro lado, a norte-americana contém “Puppets” (faixa 2) e “Dreaming of Me” (faixa 3); “I Sometimes…” ficou de fora.
Speak & Spell só saiu no Brasil em LP no ano de 1991 pelo mega carimbo Warner, constando a mesma listagem da edição ianque.
Em CD o álbum saiu pela (hoje extinta) Paradoxx Music com uma capa preta, mostrando apenas uma pequena parte da arte original, trazendo “I Sometimes…” (faixa 2), “Puppets” (faixa 3) e “Dreaming of Me” figurando os bônus. Logo em seguida vem “Ice Machine”, “Shout”, “Any Second Now” e “Just Can’t Get Enough (Schizo Mix).
Speak & Spell denota não apenas um grupo com vasto potencial, mas o avatar de futuros atos comandados por Vince Clarke, como Yazoo, The Assembly e Erasure. As únicas músicas que Clarke não assina são “Tora! Tora! Tora!” e “Big Muff”, compostas por um ainda tímido Martin Gore.