Canto do cisne do grupo australiano é marcado por um mergulho profundo na música tribal
Por Luiz Athayde
A classe de 1996 marcou o início do hiato discográfico do Dead Can Dance, que se separou após a turnê de seu sétimo álbum de estúdio, Spiritchaser.
Gravado no Quivvy Church, Irlanda a produção teve assinatura do cantor e multi-instrumentista Brendan Perry, juntamente com a vocalista e compositora Lisa Gerrard.
O disco é composto por 8 músicas profundamente enraizadas no tribalismo da world music, e trazem consigo referências de músicas de países como Peru, Chile, Haiti e Turquia. Além de se distanciar mais do darkwave de outrora, ainda que as nuances do neoclassical existam em alguns momentos.
Uma das tantas influências que regeram o álbum originou a faixa “Indus”. Sua semelhança com “Within You Without You”, música composta por George Harrison com músicos da Índia para o clássico álbum Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, dos Beatles, obrigou Perry e Gerrard solicitarem autorização para usá-la.
Harrison a concedeu, mas a companhia discográfica exigiu que o duo desse crédito parcial pela composição.
Singles não eram exatamente uma tradição comercial dentro da banda. Ainda assim, o selo 4AD editou três: “The Snake And The Moon”, “Nierika” e “Sambatiki”; este lançado em meio a turnê e não constando no álbum.
Argentina, França, Canadá, Espanha e África do Sul foram alguns dos países que tiveram suas edições em CD. Ainda houve tiragem (hoje raríssima) em LP na Itália e Reino Unido em 1996. No Brasil, Spiritchaser saiu em CD pela própria 4AD.
Ainda:
+ A turnê de Spiritchaser chegou ao Brasil em 1996, com shows no Rio de Janeiro e em São Paulo. Brendan Perry e Lisa Gerrard vieram acompanhados de sete músicos para comemorar 15 anos juntos como banda.
+ O disco foi dedicado ao falecido irmão de Lisa, Mark Gerrard.