Disco sai oficialmente no formato físico no dia 6 de novembro
Por Luiz Athayde
O quarteto eletrônico Code ressurgiu depois de um longo período de hibernação. Mais especificamente desde o lançamento do álbum de estreia, The Architect, de 1995.
Clássico cult do IDM – Intelligent Dance Music; variante dançante da esfera eletrônica gerada no fim da era das raves britânicas, incluindo muito da escola Techno de Detroit – carimbado pela Third Mind Records, sua reedição via Lo-Tek Audio foi a fagulha necessária para a banda revisitar composições engavetadas ao longo dos anos, e o resultado foi o fantástico Ghost Ship.
O grupo comentou sobre o processo “arqueológico” até aqui:
“De 1996 a cerca de 2001, arquivamos o material em discos rígidos. Na verdade, salvamos horas de material que estava em grande forma e precisava de ajustes mínimos. Os programas originais de sequenciamento e arranjo se perdem no tempo e o hardware de amostragem também não está mais disponível, portanto, todas essas trilhas são construídas a partir de mixagens estéreo. Como um tesouro recuperado, o áudio original foi perfeitamente preservado digitalmente. O conteúdo melódico e textural já estava lá, era uma questão de permanecer fiel às gravações originais, edição e estratificação e em alguns casos adicionar novas partes.”
O registro é um paradoxo entre uma sonoridade revigorada e elementos que fizeram do Code um dos atos mais seminais deste cenário. A faixa “Bourbon Street” é um delicioso alento nu jazz, enquanto que “Love Perfection” e “Listen to Me” te transportam diretamente para meados da década de 90.
Não foi à toa que aproveitando o embalo, os britânicos fizeram uma releitura para o debut single “Light Years”, de 1991; como se essa medida de tempo (ano-luz) tivesse sido obstruída pelo buraco de minhoca – a grosso modo: atalho através do espaço e do tempo.
Por outro lado, a volta dos caras também serve como uma espécie de aparição, já que chegaram simplesmente do nada, sem o menor aviso. Eles explicam: “O navio de carga MV Alta foi parar intacto na costa da Irlanda após desaparecer um ano a caminho do Haiti. A analogia do ‘à deriva no tempo’ nos atraiu, e daí o título ‘Ghost Ship’ [Navio Fantasma]. ”
Ghost Ship sai via Lo-Tek Audio Records no dia 6 de novembro nos formatos CD e vinil, com pré-venda disponível no Bandcamp. Ouça o álbum completo abaixo.