Apesar das constantes mudanças de formação, terceiro disco dos californianos manteve os alfinetes pregados no cristianismo
Por Luiz Athayde
Década de 80. O heavy metal dominava o mercado com seus reeditados vidros de laquê e, em muitos casos, com suas letras falando de festas, drogas, morte, Satã e outros absurdos. Para o terror da classe conservadora da época.
No subterrâneo, o deathrock (variante podre do rock gótico ou mais um termo para definir esse subgênero) do Christian Death.
Contando com tantas mudanças de formação que daria um time de futebol, o guitarrista Valor Kand se encontrava em seu terceiro registro sob o comando dos microfones em Sex and Drugs and Jesus Christ.
A produção do álbum leva a assinatura do próprio. Já a distribuição do álbum foi feita pelo combo formado pelos selos Jungle, Nostradamus e a lendária Cleopatra Records, no décimo oitavo dia de 1988.
Usando como máxima a provocação blasfema já pelo título, a capa traz a imagem de Jesus Cristo injetando heroína em um obscuro fundo verde. Sem mencionar letras como “Jesus Where’s the Sugar?”, onde diz: “Jesus, se você me ama, cadê o pó?”. Obviamente, o grupo sofreu consequências por isso, tendo alguns shows cancelados naquele período.
Por outro lado, Sex, Drugs and Jesus Christ foi um dos álbuns mais vendidos da década. Além de Valor, àquela altura a banda contava Gitane Demone (teclados/vocais), Kota (baixo) e Webz (bateria).
As receptividade da imprensa especializada não poderia ser mais curiosa, apesar da capa ter sido censurada nas tradicionais Melody Maker e New Music Express. O disco ganhou medalha de ouro em ambas as revistas, com a última escrevendo: “Que o bom Deus os derrube”. Já a Trouser Press não perdoou, descrevendo o disco como “horrível, rudimentar e musicalmente ruim”.
No âmbito dos licenciamentos: edições europeia, alemã, americana e britânica em 1988, nos formatos vinil, CD e cassete. Também houveram relançamentos em 1995 via Jungle; 1999 via Cleopatra; e em 2002, pelo carimbo metálico Candlelight.
Ainda:
+ Gitane Demone seguiu em uma proeminente carreira solo, gravado desde projetos industriais de cunho sexual (Demonix) a uma belíssima parceria com o saudoso Rozz Williams no álbum ‘Dream Home Heartache’, em 1995.