Registro é o resultado de sessões ao vivo, como se viessem direto dos anos 90

Por Luiz Athayde

O que geralmente acontece quando um britânico, dois belgas e dois americanos se juntam em uma garagem? Partindo do pressuposto sônico, música. Claro.

Nesse caso, fruta sonora. Morango, especialmente. Na verdade, em romeno: Capsuna.

No line-up, Louise Crosby canta, enquanto Moria Crowley, David Enright, Pierre Meremans e Damien Rixhon se encarregam da cozinha. O resultado disso foi o EP de estreia, Sixpack, lançado de forma independente.

Aliás, não poderia ser diferente. A sensação ao ouvir as seis faixas é que realmente estamos de frente para uma garagem suburbana dos Estados Unidos, em pela década de 90.

No entanto, por incrível que pareça, as mesmas soam para lá de autorais. Cortesia do nível de pretensão quase zero de serem super estrelas. Bem como acontecia naquele período.

Ainda assim, algumas conexões se mostram inevitáveis. Como Yo La Tengo, Sonic Youth, a era inicial do Pavement e o que Maureen Tucker, batera do Velvet Underground, fez no seu fantástico álbum de 1989, I Spent a Week There the Other Night.

Resumindo, é rock alternativo com doses generosas daquele rock preguiçoso (ou “slacker”) que assolava as trilhas sonoras de filmes indie americanos. Tudo com muita graça, honestidade e um jeito único de cativar.

Embora se trate de uma caixa com seis “frutas” (bananas?), os destaques ficam com “Asymmetrical” e a viciante “Horroscope”. Mas vale lembrar que a duração do registro sequer chega aos 20 minutos, o que te obriga a escutar esse curto trabalho no mínimo duas, três vezes seguidas.

Falando nisso, ouça Sixpack na íntegra pelo Spotify. Ou via Bandcamp.