Canadenses vão do garage rock a momentos mais melódicos do pós-punk
Por Luiz Athayde
Banda nova no pedaço. The Haptics. Vancouver, Canadá. Classe de 2022. E ao contrário do que a gente vê por aí, não teve single, videoclipe, nem um “fiquem atentos, vem coisa boa aí: nosso primeiro trabalho!” Nada.
O quarteto formado por Jin (vocais), Cam (guitarra), Brent (baixo) e Andre (bateria) só se preocupou mesmo em dar vazão às suas inúmeras influências sônicas e registrá-las em um álbum, aqui configurado com 10 faixas. O título? Second-Best.
Como vários trabalhos de bandas independentes originadas nos tempos digitais, o mesmo se encontra disponível somente nas plataformas de streaming, ao menos por enquanto.
As músicas refletem a atitude do grupo: pouco papo, ou melhor, músicas de curta duração e muitas nuances conhecidas no chamado rock alternativo: punk, shoegaze, pós-punk, sujeira, rock de garagem, e uma certa dose de melancolia.
Tudo ressoando com uma honestidade impressionante, e por isso mesmo, possui o poder de cativar. Especialmente após algumas audições. Ou apenas tente faixas como “Doubt”, no qual eles a descrevem sendo “uma versão pop-punk da falta de conversa e, finalmente, do desligamento da comunicação. São as sombras em nossa mente que crescem quando não há iluminação para definir a periferia.”
“Agency” e “Deux” não ficam atrás, sobretudo por haver um encontro subliminar entre Hüsker Dü, Yo La Tengo e a escola de Seattle.
Mas os trabalhos da banda não se limitaram ao âmbito virtual. Recentemente eles estiveram atuando nos palcos, incluindo uma apresentação no The Roxy (Canadá), ao lado do Cat Larcney.
Sem mais delongas, ouça o álbum na íntegra abaixo: