Musicista usou um leitor de ondas cerebrais para compor músicas no sintetizador analógico TONTO
Por Luiz Athayde
A artista canadense Angie Coombes carimbou em definitivo seu nome em toda a esfera musical. A também cantora, pianista, compositora, produtora e neurocientista tocou partes de seu novo álbum (em construção) no sintetizador analógico TONTO. Com a mente.
Ela usou um leitor de ondas cerebrais para processar e converter em voltagens para controlar o monstruoso sintetizador, que ficou conhecido por ter sido usado em larga escala por ninguém menos que Stevie Wonder na década de 70.
“Nós poderíamos realmente criar uma voltagem que iria para o TONTO e depois manipular coisas como reverberação, osciladores de baixa frequência, corte de ressonância – e funcionou”, disse Coombes, ainda comentando que a visualização de uma chama roxa descendo pelo seu corpo “foi capaz de fazer baixar o volume de forma confiável”.
E continua: “Quando o TONTO foi criado no final dos anos 60, era realmente um enigma” […] “Mas onde iremos aplicar esta nova tecnologia, com os fones de ondas cerebrais a este velho sintetizador analógico… É uma novidade mundial”.
Confira abaixo o vídeo (via The National) sobre o processo:
TONTO, ou The Original New Timbral Orchestra, foi criado por Malcolm Cecil e Robert Margouleff em 1968, e caso falasse, teria muita história para contar.
Dentre elas, as incessantes vezes que foi tocado por Stevie Wonder, especialmente pelas linhas de baixo em seu clássico “Superstition”. Curiosamente, Cecil se lembra de certa vez Wonder lhe dizer que usar o TONTO era “como fazer música com a mente”.
Já Angie C, como também é conhecida, já havia “usado a mente” para criar artes. Em 2016 projetou um vestido com LEDs que foram iluminados por ondas cerebrais para o evento de moda e tecnologia MakeFashion Wearable Technology Gala.
No âmbito discográfico, a canadense acabou de soltar sua participação no novo single do DJ Titus, “The Other Side”. Ouça aqui.