Evento promove a união entre as bandas e chamar atenção para a violência contra a mulher
Por Luiz Athayde
Em tempos de lives originadas pela pandemia do coronavírus, eis que surge uma que promete balançar o subterrâneo brasileiro: o Alternative Live Festival.
Idealizado pela produtora mato-grossense Jakeline Boiani, o evento irá reunir, nos próximos dias 13 e 14 de junho, bandas de várias partes do território nacional, incluindo velhos nomes do rock gótico brasileiro – estilo predominante no festival –, como Elegia e Das Projekt, de São Paulo, e bandas mais novas e pratas da casa, como The Eversons e Miolo D’América.
Ainda constam grupos do Rio de Janeiro, Distrito Federal e Pará; o sul será representado pelos paranaenses do U Just, que recentemente divulgaram o evento em entrevista/live para a rádio curitibana Nosso Rock.
Em papo rápido com o Class of Sounds, Boiani contou como a ideia tomou forma:
“O festival surgiu realmente pela situação da ausência de shows em Cuiabá e no país, causado pela quarentena, e no início eu imaginei uma conexão daqui com São Paulo através do Carll [Lament, ex-Das Projekt, atual Nouvelle Vie] e Rio com a Última Dança”, comenta. “Seria uma forma de mostrar a cena musical autoral e independente do Mato Grosso para o país. Ao longo do processo, demais bandas gostaram da ideia e se envolveram, se engajaram”, completa.
“Sabemos que as pessoas querem nos ver tocar, e nós mesmos sentimos saudades dos palcos, e o Alternative está aqui pra nos aproximar do nosso público em forma de live, como temos visto em todo mundo. Um evento que preza pelo respeito sempre, e organizado por mulheres, o que pra mim, é um fator que me encanta ainda mais.” disse Jheine Lima, vocalista da banda O Mormaço Severino.
Além de recolocar o estado no mapa sônico do Brasil, a produtora também revelou outras motivações de suma importância nesses tempos de pandemia.
“Também há a questão do respeito ao ser humano e a mulher. Vem da atual situação do nosso país, onde o desrespeito às pessoas de cor, sexo e opinião ou crença que está gerando violência. É também pelas situações de atitudes machistas, que não se encaixam no meio de uma cena alternativa.”
Marcos Guedes e Fabiano Souza, integrantes do Última Dança, reforçaram:
“As lives no cenário atual tem a importância para nos levar, nos transportar para dentro da casa de nosso público para dividirmos o que sentimos por meio da música. O fato de sermos uma banda independente, onde nós mesmos fazemos nosso projeto rolar com produção própria, diferencia junto com o evento que está além da cena independente.
Neste momento esperamos que todos tenham respeito mútuo e sempre pensem no próximo para o seu bem assim como para si mesmo independente de etnia, cor, credo, sexo e religião.”
Já Carll Lament, do Nouvelle Vie afirmou: “O mundo leva uma chacoalhada, os momentos são de reflexões. É mais que entendido a necessidade do respeito e o combate a violência, o Alternative Live Festival, reforça e traz à tona, junto a este momento de introspecção, a oportunidade das pessoas mudarem esta sintonia e terem momentos agradáveis, ouvindo e interagindo nas sessões junto as bandas”.
No dia 13 a transmissão começa a partir das 17h, já no dia 14 a partir das 16h; ambos seguindo o horário de Brasilia. Pelas redes de cada banda, retransmitidas nos links: