Pianista francês conta com o saxofonista Jean Paul Adam em seu mais recente trabalho
Por Luiz Athayde
Após dois álbuns configurado como trio, o pianista francês de jazz Samuel Lerner resolveu se voltar para a forma mais íntima e contemporânea do piano solo e dueto, com o saxofonista Jean-Paul Adam. O resultado foi o álbum Barbarhythm, lançado há um ano.
Na verdade, se trata de algo além de uma simples mudança de formato. É sua independência de seus mestres e também das influências que moldaram sua personalidade. Ao menos até aqui.
Com um currículo que envolve gravações tanto como líder quanto parceiro na cena de Nova York, a exemplo de Jimmy Cobb, Leroy Williams e Bertha Hope, Lerner ganhou prestígio no meio. Vide Rodney Kendrick (arranjador de Abbey Lincoln), Sacha Perry, Saul Rubin (guitarrista de Sonny Rollins).
As ‘bárbaras’ 9 faixas do mesmo orbitam entre asteroide angular do bebop e a liberdade infinita do free jazz. No entanto, o bom senso, ainda que inconscientemente, segue como a máxima do disco. Prediletas da casa: “How’s Joe? Joe is fine. Yes but Why?” e “Sex and Headaches”.
Ouça na íntegra a seguir… Aliás, antes disso:
Aos cinco anos de idade, Lerner foi matriculado em um programa de jardim de infância local, onde desperta interesse por piano. O que por um lado não é nenhuma surpresa, já que seu pai era pianista amador há vários anos e através de discos de jazz e música clássica, o DNA sônico do futuro músico profissional estava formado.
Em 1990 Samuel volta com os pais para a França para morar em Rannes. Ainda assim, ele manteve o interesse no instrumento e mergulha nas aulas de piano com o diretor do Conservatório. Na adolescência, período de formação da personalidade musical, o Lerner tem o insight: descobre o seminal pianista e compositor americano de jazz Thelonious Monk.
A partir daí, o céu seria o limite no âmbito das composições e improvisos dentro dessa esfera. E foi. Basta ouvi estas ‘bárbaras’ músicias logo abaixo: