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The Smiths: neste dia, em 1986, “The Queen is Dead” era lançado

Um dos álbuns mais marcantes dos anos 1980

Por Luiz Athayde

Em 1986 o The Smiths já se encontrava num patamar bem alto entre as falanges independentes inglesas.

Vindos do clássico natural Meat is Murder (1985), ainda durante a turnê promocional, o guitarrista Johnny Marr estava a todo vapor nas composições que posteriormente entrariam no terceiro álbum de estúdio, The Queen is Dead.

Sem perder tempo, Marr mais o baixista Andy Rourke e o baterista Mike Joyce trabalharam nos arranjos durante todo aquele período, inclusive editando o primeiro e um dos principais singles da carreira do grupo naquele mesmo ano, “The Boy with the Thorn in His Side”, do qual o guitarrista comentou ser “uma peça de música que veio sem esforço”.

O título do álbum foi extraído de Last Exit to Brooklyn, romance do escritor norte-americano Hubert Selby Jr, uma das várias influências literárias do vocalista Morrissey.

The Smiths em 1985 (Foto: Ross Marino/Getty Images)

Seguindo a tradição em referendar a sétima arte, a capa mostra o ator francês Alain Delon no filme L’Insoumis (título no Brasil: “Terei o Direito de Matar?”), de 1964.

Já a produção teve assinatura da dupla criativa Morrissey/Marr, sendo assistidos pelo engenheiro de som Stephen Street; o mesmo do disco anterior.

The Stooges, MC5 e Velvet Underground foram apenas alguns nomes que influenciaram fortemente Marr durante o processo; não à toa, “Never Had No One Ever” foi baseada em “I Need Somebody” da banda de Iggy Pop. Por outro, a faixa título foi uma readaptação de uma música feita pelo guitarrista quando ainda era adolescente.

Distante dos tempos modernos do qual se envia faixas por arquivos de mp3 e afins, Marr postou a música “Some Girls Are Bigger Than Others” pelo correio para Morrissey, no verão de 1985, para então completar com a letra.

Grande fã dos New York Dolls, o vocalista extraiu trechos de “Lonely Planet Boy” para enxerta-las em “There Is a Light That Never Goes Out”.

“Cemetery Gates” figura a faixa número 5 do registro, mas foi a última a entrar; Marr não gostou da guitarra, e ao jogar fora, Morrissey interviu e o convenceu de que era uma boa canção. O trecho da letra em que diz: “All those people… I Want to cry” foi usurpado do filme The Man Who Came to Dinner (“Satã Janta Conosco”, no Brasil, comédia de William Keighley de 1942.

Além de “The Boy…”, os singles que promoveram o disco foram: “Bigmouth Strikes Again” (19/05/1986), “There is a Light That Never Goes Out” (12/10/1986) e “Some Girls Are Bigger Than Others”, com prensagem exclusiva para o mercado alemão.

Capa do 12 polegadas do single ‘The Boy with the Thorn in His Side’

A recepção de The Queen is Dead perante público e crítica não poderia ser melhor. Considerado o álbum definitivo da década de 80, veículos, como a Rolling Stone ressaltaram a  performance de Morrissey, escrevendo: “goste ou não, esse cara estará por perto por um bom tempo”.

A Smash Hits também foi favorável: “as guitarras são ótimas, algumas das palavras são maravilhosas, outras como arranhões na mesa do Fifth Form”.

Nas paradas: 11º lugar na Grécia e Holanda e medalha de prata no Reino Unido. Nos Estados Unidos via Billboard 200, o disco chegou a 70ª posição, garantindo disco de ouro por lá (500 mil cópias) e no Brasil (100 mil cópias). No Reino Unido a banda ganhou disco de platina, por 300 mil cópias vendidas.

Lançamento mundial via carimbo Rough Trade com prensagem brasileira em Cassete e LP, e reedição em CD via WEA em 2001.

The Info Is Dead:

+ Originalmente, o álbum se chamaria Margaret On The Guillotine, mas acabou sendo uma música do primeiro álbum solo de Morrissey, Viva Hate

+ A cantora inglesa Kirsty MacColl (10/10/1959 – 18/12/2000) fez backing vocals em Bigmouth Strikes Again, mas Johnny Marr achou estranho e descartou. Foi então que os vocais de MacColl foram substituídos por um vocal acelerado de Morrissey, creditado no álbum como Ann Coates.

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