“Cai o Sol e Sobe a Lua” foi produzido em Sobral do Parelhão, onde viveu por mais de 3 anos.
Por Luiz Athayde
O compositor gaúcho Rod Krieger se encontra nos prepares para lançar seu novo álbum de estúdio, intitulado A Assembleia Extraordinária.
Na verdade, o anúncio de seu registro, que está agendado para sair em outubro, veio em forma de single e videoclipe, “Cai o Sol e Sobe a Lua”.
Trata-se de uma prévia de um trabalho inspirado na aldeia de Sobral do Parelhão, em Portugal. Foi também onde ele compôs, gravou e produziu o sucessor de seu primeiro voo solo, A Elasticidade do Tempo.
“Sobral do Parelhão é uma pequena aldeia que não tem nem 200 habitantes. Foi uma experiência intensa viver por mais de três anos lá. Guardo com muito carinho as lembranças, cada morador tem um espaço reservado no meu coração e eles sabem disso”, disse o músico via Café8Music.
Curiosamente, o primeiro single foi gerado na capital lusitana. “Talvez a única composta em Lisboa”, recordou Krieger, que hoje se divide entre o oeste português e o Rio de Janeiro.
Ele dá mais detalhes:
“Como essa música é mais antiga, e quando foi criada não existia a pretensão de gravar um álbum, fiz algumas versões até chegar no resultado final. Então, ela acabou por ser uma espécie de laboratório para o que viria a surgir, como se fosse uma matriz. Às vezes, ficava criando versões para ela e surgiam outros fragmentos que se transformavam em novas canções. Sem querer acabei gerando o que viria a ser o segundo disco.”
Todo o processo durou de 2021 e 2023 e teve somente dois músicos convidados: João Mello (flauta) e João Nogueira (teclado).
A próxima empreitada do ex-baixista da icônica banda Cachorro Grande também terá foco na parte visual. Juntamente com o fotógrafo Daryan Dornelles, seu parceiro desde o debut, A Assembleia Extraordinária irá compor um filme experimental de mote surrealista, através de suas faixas, como comenta Krieger a seguir.
“Estava sozinho e precisava de algo simples, então percebi que câmeras paradas facilitariam a minha vida. A ideia inicial era apenas o personagem estático, sem falas, com a música rodando, mas casualmente na época em que filmei estava assistindo Twin Peaks e a cena do rosto sobreposto na imagem me pareceu uma boa sacada, então, resolvi pegar a ideia ‘carinhosamente emprestada’. E se encaixou muito bem com a concepção de imagem que vinha trabalhando e com a textura da música, que tem várias camadas de teclados e sintetizadores. As legendas vieram depois para dar um ar de filme mesmo.”
E acrescenta: “Fui explorando novos caminhos durante todo o tempo que estava filmando, e na edição experimentei tudo até ficar no ponto. O meu trabalho foi mais me fazer parar de criar do que de continuar criando. Como foi a primeira vez que me arrisquei sozinho nessa empreitada de filmar, editar e dirigir, deixei fluir a criatividade ao mesmo tempo que ia descobrindo os caminhos a serem abertos”.
Musicalmente, “Cai o Sol…” surpreende pela abordagem eletrônica; conexões que vão do space rock ao pop radiofônico. Além do inevitável flerte com a psicodelia – nenhuma surpresa para quem estreou solo com o single “Louvado Seja Deus”, do qual conta com a participação de Arnaldo Baptista, membro fundador da lendária banda Os Mutantes.
Confira abaixo.
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