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Quiet Sonia – All Black Horses Came Thundering [EP]

Formação dinamarquesa mostra sua paleta de influências

Por Luiz Athayde

O Quiet Sonia lançou agorinha seu novo EP, All Black Horses Came Thundering, nas plataformas digitais. E alerta de spoiler: o registro é deslumbrante.

Quiet Sonia (Foto: Divulgação/Press)

Quem comanda o projeto, ou melhor, a banda de 7 integrantes, é o guitarrista e compositor Nikolaj Bruus. Nascido em Odense, na ilha de Funen, formar juntar pessoas para fazer um som era apenas uma questão de tempo. Seu pai foi um aficionado pela parte mais estranha do pós-punk e do rock em geral, e sua coleção de discos foi um verdadeiro playground para o futuro artista.

O leque do gosto musical de Nikolaj aumentou e, naturalmente, isso se reflete no seu trabalho: o play estendido traz 3 faixas brilhantemente melódicas, emocionais e conectadas com o meio do criador, incluindo, claro, seus instrumentistas.

‘All Black Horses…’ segue a linha contrária do trabalho anterior, Wild and Bitter Fruits, que era mais focado em detalhes. Tudo foi gravado ao vivo, e com os primeiros takes valendo. Segundo Bruus, se trata de “uma tentativa de capturar a respiração dos músicos interagindo juntos no momento, dando espaço à fragilidade musical, liberdade interpretativa e todos os chamados ‘erros’ que se seguem. ”

O resultado acabou indo além. Ou, o que esperar de uma pequena peça inspirada nos últimos álbuns do Talk Talk, no catálogo da gravadora especializada em jazz, ECM, música clássica moderna e compositores americanos, como James Blackshaw e Robbie Basho?

Ah, não esquecer nomes como Nick Drake e Tim Buckley; influências notáveis na obra em construção de Nikolaj. Um ótimo exemplo é a faixa de abertura, “And yet It Speaks”, como se feita sob encomenda para figurar algum drama do lendário cineasta sueco Ingmar Bergman.


E também a emotiva “Fragments”, que apresenta “uma mistura de fluxo de consciência e letras cortadas de notas de diário e mensagens de texto com amigos e entes queridos. Amor, amizade, doença mental, festas, escapismo, culpa e inquietação. ”

Já que o papo é folk, a dramática “In My Arms Many Flowers” encerra o que mal começou. Ao mesmo tempo, a sensação passada nos seus poucos mais de dez minutos é uma viagem à região das Montanhas Rochosas nos EUA.

Em suma, discos com a máxima da calmaria possuem aos montes, mas não são todos que chamam a atenção logo nos primeiros segundos. E este entra facilmente para a mesma galeria que Múm, Slowbow e demais experimentalistas sóbrios islandeses.

Agora, basta apertar o play e escolher a trip.

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